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DNA pode determinar a quantidade de café que bebemos por dia, diz estudo

Divulgação/Andrei Pacher
Imagem: Divulgação/Andrei Pacher

28/08/2016 06h00

A quantidade de café que as pessoas consomem pode ser determinada pelo DNA, de acordo com um novo estudo realizado por um grupo internacional de cientistas. Eles identificaram um gene que parece alterar a maneira como a cafeína é metabolizada pelo organismo: os indivíduos que possuem determinada variante desse gene tendem a sentir mais fortemente os efeitos da cafeína e, consequentemente, tomam menos xícaras de café.

A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, da Nature, foi liderada por Nicola Pirastu, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e teve participação de pesquisadores da Universidade de Trieste, na Itália, do Instituto Pediátrico Brulo Garofolo, também na Itália, e do Centro Médico Erasmus de Roterdã, na Holanda. A pesquisa também teve contribuição da Illy, empresa italiana de produção de café.

De acordo com o estudo, uma variação do gene PDSS2 reduz a capacidade das células do organismo para quebrar as moléculas de cafeína, fazendo com que a substância permaneça mais tempo no corpo. Com isso, as pessoas com a variação precisam consumir menos café para obter o mesmo efeito estimulante da cafeína, em comparação às demais.

Resultados sugerem que a tendência a tomar café pode ser determinada por genes. Com estudos mais amplos vamos esclarecer a descoberta 

Nicola Pirastu, da Universidade de Edimburgo

Os cientistas analisaram as informações genéticas de 370 pessoas que vivem em um vilarejo no sul da Itália e de 843 pessoas de outros seis vilarejos do nordeste do país. Todos os participantes do estudo responderam a um questionário que incluía uma pergunta sobre quantas xícaras de café consomem por dia.

O estudo concluiu que as pessoas com a variação no gene PDSS2 tendem a consumir diariamente, em média, uma xícara de café a menos que as pessoas sem a variação.

Mais tarde, os cientistas replicaram o estudo em um grupo de 1731 pessoas na Holanda e o resultado foi o mesmo, mas o efeito do gene no número de xícaras de café consumidas foi um pouco menor.

Segundo os autores, essa alteração pode ser causada pelas diferenças no estilo de consumo de café existentes nos dois países. Na Itália, as pessoas tendem a beber xícaras menores de café expresso, enquanto na Holanda o público prefere xícaras maiores com menos cafeína.