Diretor do Instituto Nacional de Câncer é exonerado sem aviso
O diretor geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luís Fernando Bouzas, foi exonerado do cargo na quarta-feira (28). Com 33 anos de serviços prestados ao Inca, ele não recebeu nenhum comunicado sobre a demissão. Trabalhava normalmente, quando um funcionário o avisou que a sua substituição havia sido publicada no Diário Oficial, assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Bouzas ficou menos de onze meses no cargo.
"Infelizmente resta a mágoa da forma como fui destituído do cargo. Não houve por parte dos responsáveis por este ato o respeito necessário ao servidor de 42 anos de serviço público, sendo 33 só no Inca, na comunicação de minha exoneração. Não existe motivador, segundo os próprios, a não ser a distribuição de cargos acordada entre políticos, fato este que tem se tornado cada vez mais frequente em nosso País. Este motivador torna-se um empecilho para as atividades das instituições sérias que deveriam ter seus gestores escolhidos por capacidade técnica e não por indicação de políticos que nem sempre tem boas intenções nestas escolhas.", escreveu Bouzas em seu perfil no Facebook, na sexta-feira.
Ele informa que retomará as funções de pesquisa e assistência.
Bouzas dirigiu por 11 anos o Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo), antes de assumir a direção geral do Inca. Sob sua gestão, o número de doadores cadastrados passou de 50 mil, em 2004, para 3,8 milhões, ano passado. Para o seu lugar, foi nomeada a médica Ana Cristina Pinho Mendes Pereira, funcionária de carreira do Inca.
A exoneração de Bouzas foi classificada como arbitrária pela Associação dos Funcionários do Instituto Nacional do Inca (Afinca), em nota publicada pela entidade.
"Além da deselegância com que a mudança foi feita, ela é surpreendente porque Luís Fernando tinha menos de um ano no cargo. Pior de tudo é assistir a uma exoneração e a uma nomeação para a direção do Inca, sem que o corpo técnico fosse sequer consultado. Como ficam as metas e os acordos previamente estabelecidos com os servidores? A Afinca lamenta o ocorrido e reafirma o compromisso de seguir lutando em defesa do Inca e de seus funcionários, com democracia e transparência", informa o texto.
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