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Estudo mostra impacto de doença de pele na qualidade de vida

Do UOL, em São Paulo

24/10/2013 13h49

A psoríase, doença de pele inflamatória crônica, sistêmica, imunológica e não contagiosa, afeta de forma determinante a qualidade de vida dos pacientes em tratamento, que costumam ter problemas nas articulações e outras comorbidades, principalmente no sistema cardiovascular. É o que revela o primeiro estudo sobre a doença realizado no Brasil pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e a Janssen Farmacêutica.

A análise preliminar, divulgada nesta quinta-feira (24), foi realizada em parceria com 26 centros de referência no diagnóstico e tratamento da psoríase em diferentes Estados brasileiros com 877 indivíduos com psoríase em placas e em tratamento.

Segundo Ricardo Romiti, dermatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e um dos coordenadores do estudo, quanto maior a gravidade da psoríase, mais impacto a doença pode causar na qualidade de vida do paciente. Há inclusive o risco de morte em decorrência de outras doenças associadas, como hipertensão, obesidade, infarto, colesterol aumentado, diabetes, artrite psoriásica, depressão, alcoolismo, ansiedade, entre outras.

Dos participantes do estudo APPISOT (Avaliação da gravidade da psoríase em placas em brasileiros em acompanhamento ambulatorial em centros de referência) nesta análise com 877 pacientes em tratamento nos centros de referência, 70% tinham alguma outra doença associada à psoríase. Entre elas a obesidade ou sobrepeso (75%); hipertensão (32%); depressão (26%); colesterol alto (25%); artrite (17%); Diabetes Mellitus (17%); ansiedade (39%) e alcoolismo (17%).

Metade dos pacientes analisados também apresentavam a doença na forma moderada a grave. Os dados também revelam que 35% dos participantes, com idade média de 48 anos, declararam não estar trabalhando. “Isso representa um comprometimento importante na qualidade de vida do paciente, inclusive na atuação profissional”, comenta Romiti.

Todo os pacientes foram avaliados por dermatologistas, especialistas em psoríase, em relação à gravidade da doença, tratamentos usados e em uso, impacto da doença na funcionalidade e qualidade de vida e presença de comorbidades.

Entre os participantes do estudo, 25% se declararam pardos e 6% negros – resultado que desmistifica a crença de que a psoríase acometeria somente indivíduos da raça branca/caucasianos.

Quanto às partes do corpo afetadas pela psoríase, 77% dos pacientes tinham placas nas pernas e coxas; 72% nos braços e pernas; 60% no tronco posterior; 56% no tronco anterior; 57% na cabeça e pescoço; 19% nos pés e 23% nas mãos. Os entrevistados tinham idade média de 48 anos e foram diagnosticados com psoríase em média há 14 anos.

Tratamento

Atualmente o tratamento para a psoríase inclui medicamentos tópicos (cremes e loções) para os casos leves e, para os casos de moderada a grave, a fototerapia e medicamentos orais ou injetáveis, que podem ser tradicionais ou biológicos. Do público participante do APPISOT, 81% estavam em tratamento com medicamentos tópicos, 46% com medicamentos tradicionais, 22% com biológicos e 6% com fototerapia.