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Hospital de Franco da Rocha deverá se tornar modelo

De São Paulo

14/04/2014 10h41

Maior hospital de custódia do país, com 590 pacientes, a unidade 1 de Franco da Rocha também foi alvo de críticas do Cremesp (Conselho Regionla de Medicina do Estado de São Paulo), mas, após reforma, será usada como modelo para a reformulação das demais unidades. Desde que os fiscais passaram por lá, entre maio e julho de 2013, a unidade executou uma série de reformas.

O jornal O Estado de S. Paulo foi autorizado pela Secretaria da Administração Penitenciária a visitar o local na última sexta-feira, 11. Os prédios das três alas (duas masculinas e uma feminina) foram reformados e reorganizados. O tipo de tratamento oferecido também foi aprimorado, de acordo com a direção da unidade. "Fui convidado a ocupar esse cargo para reestruturar esse enfoque da saúde. Quando o Cremesp fez a fiscalização, estávamos iniciando as principais reformas", diz Luiz Henrique Negrão, que assumiu a direção-geral da unidade há dois anos e sete meses.

Entre as mudanças estão a abertura de clínicas médicas em cada ala, com leitos para emergência, a inclusão de auxiliares de enfermagem dentro de cada pavilhão para um acompanhamento mais próximo do paciente, a criação de consultórios odontológicos e a contratação de profissionais extras.

"É difícil fixarmos profissionais aqui, porque o salário não é alto. Então passamos a trabalhar com plantões extras. O número de plantões de médicos passou de 50 para 250 por mês. No caso dos auxiliares de enfermagem, triplicamos de 400 para 1,2 mil", afirma Tiago Silva Gomes, diretor do núcleo de enfermagem. Um médico com jornada de 20 horas semanais tem como salário-base R$ 1,9 mil mensais. Já um único plantão extra de 12 horas paga R$ 1.130.

Tirar o foco do tratamento medicamentoso foi outra ação da nova direção. Foram ampliadas as oportunidades de trabalho dentro do hospital e as atividades culturais e educativas para os internos.

"O trabalho ocupa a mente, a gente passa a ter um pouco mais de alegria quando faz algo que gosta", diz uma das internas do hospital, que trabalha na oficina de costura. "Já ganhei uma máquina de costura industrial para continuar esse trabalho, quando eu sair daqui."

Segundo Negrão, o laudo da Vigilância Sanitária já foi regularizado e o do Corpo de Bombeiros já está em processo de regularização. Ele afirma que todas as reformas executadas na unidade 1 de Franco da Rocha serão aplicadas aos dois outros hospitais de custódia.