Gringos que vieram para Copa aproveitam para tratar os dentes no Brasil
Desde o início da Copa, uma clínica odontológica na avenida Paulista, região central de São Paulo, já atendeu oito pacientes estrangeiros, entre neo-zelandeses, indianos e australianos. De acordo com o dentista Luiz Octavio Benatti Junior, membro da American Academy of Implant Dentistry (AAID), nenhum havia marcado a consulta com antecedência, como costuma ocorrer com pacientes de outros países que visitam a clínica.
Os atendimentos de gringos no período do Mundial foram emergenciais, dores ou queda de dentes. No entanto, um australiano que passou por um tratamento de canal ficou tão satisfeito com o serviço e com o preço, que decidiu clarear os dentes. "Ele até brincou dizendo que aqui era mais em conta que na Austrália", recorda Benatti Junior.
Segundo ele, 40% dos pacientes da clínica são estrangeiros -- índice relacionado a parcerias de divulgação em consulados de diversos países e à versão em inglês do site da clínica. "Geralmente são pessoas que estão no Brasil a trabalho ou por motivos pessoais e aproveitam para ir ao dentista", afirma Benatti Junior justificando que o mercado odontológico no país é reconhecido internacionalmente pela alta qualidade e pelo custo mais acessível.
Na Europa, por exemplo, um tratamento de canal pode custar até três vezes o valor cobrado no Brasil -- que, em clínicas conceituadas, custa em média R$ 1 mil. Quanto à formação dos dentistas, em muitos países europeus, a odontologia é uma especialização da faculdade de medicina. Já nos Estados Unidos, os estudantes da área tem mais tempo de curso direcionado à parte teórica, enquanto os estudantes brasileiros já começam a ter vivência clínica no segundo ano da faculdade de odontologia.
Um inglês que está morando temporariamente no Brasil tinha medo de dentistas e não visitava um há dez anos. Após ter sido atendido por Pedro Benatti, irmão de Benatti Junior, afirma ter perdido o medo. Não sentir dor durante o tratamento foi o grande diferencial para o inglês que garante que "onde quer que vá morar no mundo, sempre voltará a São Paulo para cuidar dos dentes".
Fábio Bibancos , presidente do Instituto Bibancos de Odontologia, diz estar acostumado a atender pacientes de outras nacionalidades em suas clínicas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Depoimentos de estrangeiros fazem o dentista acreditar que estes pacientes procuram algo além do que menores preços e qualidade técnica.
"Eles valorizam o atendimento humanizado", diz Bibancos ao recordar de uma paciente suíça que afirmou se sentir bem cuidada pelos dentistas brasileiros e que apelidou a clínica de 'Palácio do Sorriso'.
A Copa do Mundo no Brasil também trouxe pacientes às clínicas de Bibancos. No último ano, ele foi procurado por estrangeiros de um empresa que prestava serviço à Fifa no Rio de Janeiro. O grupo de aproximadamente 20 pessoas tinha interesse, principalmente, em tratamentos estéticos, mas também houve tratamento de canal e até quem colocasse aparelho ortodôntico, afirma o dentistae empresário.
Depois que os jogos do Mundial começaram, Bibancos não atendeu gringos, mas recebeu em seus consultórios muitos turistas nordestinos que aproveitaram que estavam no Sudeste para assistir a jogos e fizeram procedimentos como clareamento dental ou aplicação de facetas (lâminas de porcelana que dão acabamento estético ao dente).
Estrangeiros têm diferentes prioridades em tratamentos dentário
O brasileiro tem apelo estético muito grande tanto na parte corporal como no sorriso. Mas para os ingleses, suecos, italianos e indianos "a preocupação é apenas funcional e de saúde", afirma Benatti Junior.
O que muitos pacientes estrangeiros querem saber é se há alguma cárie. Benatti Junior acredita que além do alto custo de um tratamento estético nestes países, a questão cultural deve ser considerada, já que a beleza dos dentes simplesmente não é uma preocupação.
Já os americanos tem obsessão por um sorriso bonito, afirma Bibancos, que considera que alguns exageram ao deixar os dentes excessivamente brancos.
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