Bebê que nasceu de mãe que tinha câncer sai da UTI após três meses
Depois de três meses na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o bebê Arthur Cabrera Padovani, irá para casa. Ele recebeu alta e deve deixar o hospital São Paulo, em Araraquara (273 km de São Paulo) pela primeira vez nesta quarta-feira (22).
O menino nasceu com seis meses de gestação, em 14 de abril após a publicitária Patrícia Alves Cabrera, 27, ter interrompido um tratamento contra um câncer de mama após descobrir a gravidez.
Uma semana após dar à luz, entretanto, ela não resistiu e morreu. Arthur irá para a casa do pai.
O menino nasceu de 26 semanas, com 850 gramas. Hoje, ele tem 2,1 quilo. O pai, Felipe Cabrera Padovani, não esconde a emoção.
“Meu filho lutou pela vida e estou muito feliz de poder tê-lo em casa”, disse.
Padovani informou que Arthur está bem de saúde.
“A única coisa é que ele ainda é frágil, especialmente na parte respiratória, nos pulmões. No primeiro ano de vida dele, teremos de ter um cuidado maior”, disse.
Ainda segundo ele, o menino será criado por ele, com a ajuda da mãe dele e da irmã.
“Muitas pessoas se dispuseram ajudar. Ele vai ser pra sempre minha ligação com a Patrícia, e o que mais quero agora é ver ele crescer e se transformar em um homem tão maravilhoso quanto a mãe dele foi”, disse.
Doença
Patrícia descobriu a que estava com câncer em 2012, durante um autoexame. Ela iniciou o tratamento no Hospital do Câncer de Barretos.
Já com a doença, em julho de 2013, ela foi a um bar e conheceu Felipe.
Depois de iniciado o relacionamento, ela confidenciou a ela que tinha como sonho casar e ter filhos, mas que não acreditava que isso poderia acontecer por conta do câncer.
“Ela me disse que estava triste, porque o tratamento de quimioterapia não pode ser realizado durante a gravidez”, contou. Eles começaram a namorar e, depois, acabou engravidando.
“Ela decidiu manter a gravidez, porque era o sonho dela. Em nenhum momento pensou em interromper”, disse.
Ele contou que, logo depois de ficarem sabendo da gravidez, eles organizaram o casamento, que foi realizado em 15 de março. Até essa data, a gravidez, embora de risco, era monitorada pelos médicos, que tinham esperança que tanto a mãe quanto a criança sobrevivessem.
Apesar do acompanhamento médico, no entanto, a situação de Patrícia se agravou, e, em abri, ela teve de ser internada, às pressas, no Hospital São Paulo, em Araraquara. Ainda assim, decidiu continuar sem fazer a quimioterapia, o que os médicos consideraram uma sentença de morte para ela.
Ela conseguiu manter a gravidez até dia 15 de abril, quando Arthur nasceu.
Ela viu o filho uma única vez e, logo depois, voltou a Barretos para continuar o tratamento mas, ao chegar lá, o fígado já estava severamente comprometido. Ela não resistiu e morreu em 21 de abril devido à complicações da doença.
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