Revista diz que cálculo de mortalidade do ebola é "artificialmente baixo"
A taxa de mortalidade do atual surto de ebola na África ocidental chega a 53% dos casos e é considerada relativamente baixa se comparada aos surtos anteriores, que chegavam até 90%, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Esse índice, entretanto, soa “artificialmente baixo”, de acordo com artigo publicado nesta terça-feira (9) na revista “Science”.
A epidemia de ebola provocou a morte de 2.288 pessoas até 6 de setembro na Guiné, Serra Leoa e Libéria, principais países afetados. A Organização Mundial da Saúde anunciou hoje que um total de 4.269 casos foram registrados pelas autoridades de saúde desses países.
Segundo a revista, a aparente baixa proporção de mortes provavelmente depende mais da forma como as autoridades de saúde estão calculando o número do que da letalidade do vírus ou da qualidade dos cuidados dispensados aos pacientes.
“O aumento dramático dos casos nas últimas semanas é uma das principais razões para a taxa de mortalidade relatada parecer ser artificialmente baixa”, diz o artigo escrito por Gretchen Vogel, jornalista especializada em ciência.
Há diferentes formas de calcular o que as autoridades chamam de "letalidade" de um surto da doença. Um dos cálculos mais simples é o que divide o número de mortes pelo número total de casos, o que é feito pela OMS.
Segundo Gretchen Vogel, esse método não leva em conta os pacientes recém-diagnosticados e que nem têm tempo de serem tratados por morrerem antes, o que subestimaria a taxa de mortalidade.
Ainda de acordo com o artigo publicado na "Science", o cálculo também não inclui pacientes que foram confirmados como casos de ebola, e que morrem depois de deixarem o hospital. Há ainda casos de pessoas que nem chegam a ser hospitalizadas e morrem em suas casas.
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