FMU investiga se aluna de odontologia furou gengiva de criança de propósito
A FMU (Faculdades Metropolitanas Unidades) investiga se uma estudante de odontologia furou de propósito a gengiva de uma criança durante atendimento na instituição. O caso se tornou conhecido após um relato publicado em grupo do Facebook causar revolta.
Na conversa, a aluna da FMU comenta um procedimento de odontopediatria e diz ter furado a gengiva do paciente porque a criança estava fazendo "birra".
"A professora sempre mandou a gente ter uma postura forte e não dar abertura para criança fazer birra. Sexta-feira ela me mandou intervir, estava fazendo profilaxia, e o moleque chorando", conta a estudante da FMU em um grupo do Facebook. "Peguei a [seringa] carpule e dei uma furadinha na gengiva dele. O moleque deu um pulo. Aí falei: você quer com dor ou sem dor?"
Uma estudante da USP responde que "amou" a ideia e comenta que sua dupla na disciplina de odontopediatria era "muito fofa com os pacientes". "Eles montavam em cima [dela]. Quando eu atendia, falava sem ser fofa, olhava meio feio. Eles ficavam quietinhos."
Sindicância interna
Após a repercussão do caso, o Crosp (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo) diz ter entrado em contato com as instituições de ensino para exigir esclarecimentos. Segundo o conselho, não cabe ao órgão tomar medidas de punição contra estudantes.
O Crosp afirmou ainda que "repudia qualquer conduta que vise estigmatizar procedimentos odontológicos e a figura do cirurgião-dentista como um profissional que provoca dor ou que se relaciona com seus pacientes de forma desumana ou antiética".
A FMU diz que foi aberta uma sindicância interna para verificar o caso e tomar as providências cabíveis contra a aluna que teria furado a gengiva de uma criança e ressalta que as aulas são acompanhadas por profissionais.
Questionada, a instituição não quis informar o ano da estudante de odontologia nem se ela participa de atendimentos durante as aulas. A faculdade particular de Santo Amaro não respondeu se a atividade era orientada por uma professora.
Já a Faculdade de Odontologia da USP afirma que possíveis medidas contra a estudante que participa da conversa estão sendo estudadas pela diretoria e ressalta que a aluna, que é do terceiro semestre do curso integral, nunca aplicou anestesia infiltrativa em qualquer paciente.
De acordo com a instituição pública, o atendimento mencionado pela aluna é de orientação de higiene bucal e é realizado por alguns alunos durante o segundo semestre do curso de graduação na disciplina optativa de prevenção em odontopediatria. "Nesta disciplina, os alunos realizam apenas procedimentos de orientação, educação, diagnóstico e prevenção."
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