Casos de bebês com microcefalia chegam a 1.326 em 24 Estados e no DF
O Brasil teve 1.326 casos de microcefalia ou lesões no sistema nervoso notificados entre outubro de 2015 e o dia 7 de maio, segundo relatório do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (11). Até a semana passada, eram registrados 1.271 casos. O surto de crianças nascidas com problemas neurológicos está associado à epidemia de zika, vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Os casos de microcefalia registrados no país ocorreram em 484 municípios, em 24 Estados e no Distrito Federal. Apenas Acre e Santa Catarina não possuem registros. A maior parte dos casos (1.190), no entanto, ainda está concentrada no Nordeste.
De acordo com a pasta, foram registrados 56 óbitos após o parto ou durante a gestação cuja relação com a microcefalia foi confirmada. Há 174 óbitos em investigação. Além disso, há ainda 7.438 grávidas com casos suspeitos e 3.433 ainda em investigação.
Os casos descartados, em que não foi confirmada a microcefalia ou em que a má formação não está associada a zika, somam 2.679 desde o início da investigação. A microcefalia pode ser ocasionada por outras doenças, como sífilis, toxoplasmose, rubéola e herpes viral.
Segundo o ministério, 205 casos tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus zika. Contudo, a pasta considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
Vírus leva células do cérebro à autodestruição
A infecção pelo vírus da zika desencadeia nas células do cérebro humano em formação uma resposta imune que as leva à autodestruição. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia (UC) em San Diego (Estados Unidos) e publicada na semana passada na revista científica Cell.
De acordo com os autores do artigo, a morte das células-tronco cerebrais após a infecção é associada aos casos de microcefalia causados pelo vírus. Bloquear a resposta imune inata das células-tronco cerebrais pode ser uma alternativa para que elas sobrevivam à infecção, reduzindo a possibilidade de ocorrência da má-formação.
Estudos anteriores com minicérebros infectados por zika ajudaram a estabelecer a conexão entre a infecção viral e a morte das células-tronco neurais. O grupo liderado pelo brasileiro Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), utilizou os organoides em um estudo publicado em abril, na revista Science, para concluir que o vírus zika de fato tem capacidade para infectar e matar células cerebrais humanas.
Também em abril, um grupo da universidade americana Johns Hopkins utilizou a técnica para provar que o vírus zika tem preferência por células-tronco neurais. Agora, o mais recente estudo juntou mais uma peça ao quebra-cabeças: o papel do sistema imunológico.
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