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Uso de remédio como Omeprazol dobra risco de câncer no estômago, diz estudo

Estudo recomenda aos médicos que tenham cautela quando prescrevem IBP por longo prazo - Shutterstock/Divulgação
Estudo recomenda aos médicos que tenham cautela quando prescrevem IBP por longo prazo Imagem: Shutterstock/Divulgação

Colaboração para o UOL

01/11/2017 11h53

Um medicamento muito usado em todo o mundo para tratar refluxo ácido, gastrite e úlceras estomacais está associado a uma doença ainda mais grave. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Hong Kong e da University College London, as drogas do grupo de inibidores de bomba de próton (IBP), como o Omeprazol, Pantoprazol e lansoprazol, podem aumentar em até 2,4 vezes o risco de desenvolver câncer de estômago.

Apenas no Reino Unido, são mais de 50 milhões de prescrições desse tipo de remédio todos os anos. A descoberta já tinha sido identificada pelos acadêmicos, mas nunca em um estudo que em que se eliminou uma bactéria então suspeita pelo desenvolvimento da doença.

De acordo com os pesquisadores, depois que a bactéria Helicobacter pylori foi removida, o risco de câncer estomacal aumentou na mesma dosagem e duração do tratamento com medicamentos anti-refluxo.

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Eles recrutaram 63 mil adultos e compararam o uso do IBP a um outro medicamento, conhecido como H2, que também limita a produção de ácido estomacal. Os participantes selecionados foram tratados entre 2003 e 2012 e depois acompanhados por cientistas até desenvolverem câncer de estômago, morrerem ou chegarem ao final do estudo, em 2015.

Durante esse período, 3.271 pessoas receberam IBP por quase três anos, enquanto 21.729 participantes tomaram bloqueadores de H2. Um total de 153 pessoas desenvolveram câncer de estômago.

Enquanto os bloqueadores de H2 não aumentaram o risco de câncer no estômago, os IBPs mais do que dobraram as chances. Para quem fez uso diário, o risco foi 4,55 vezes maior do que para aqueles que precisaram do remédio semanalmente. Quando ministrado por mais de um ano, o risco de câncer de estômago aumentou cinco vezes, enquanto as chances foram oito vezes maiores após três anos ou mais.

O estudo recomenda aos médicos que tenham “cautela quando prescrevem IBP para uso de longo prazo, mesmo após a erradicação bem-sucedida de H plyori".

Ao jornal “The Guardian” o professor de farmacoepidemiologia da London School of Hygiene and Tropical Medicine, Stephen Evans, disse que "muitos estudos observacionais encontraram efeitos adversos associados aos IBPs”.

"A explicação mais plausível para a totalidade da evidência sobre isso é que aqueles que recebem IBPs, e especialmente os que continuam a longo prazo, tendem a estar mais doentes de várias maneiras do que aqueles para quem esses remédios não foram prescritos.”