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Não sei se já tomei a vacina da febre amarela alguma vez na vida. E agora?

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

29/01/2018 12h27

Não sei se já tomei a vacina contra a febre amarela alguma vez na vida. E agora? Há como saber se estou ou não imunizado contra o vírus? Se me vacinar, mesmo já tendo feito isso no passado, corro algum tipo de risco?

Ainda que existam exames laboratoriais que possam identificar se o organismo de uma pessoa possui ou não os anticorpos necessários para combater o vírus da febre amarela, eles não são nada comuns e nem de fácil acesso. É o que afirma Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, infectologista do Instituto Emílio Ribas, que sugere que se procure o posto de saúde que você costuma se vacinar. "Mesmo que tenha perdido a sua carteirinha de vacinação, os postos públicos e privados têm o registro de todas as vacinas aplicadas."

Mas se esse posto de saúde já não existe mais ou se o acesso a ele é inviável, a recomendação para aqueles que moram ou pretendem viajar para uma área de risco de contaminação é tomar a vacina novamente, diz Oliveira Júnior. "O tempo mínimo recomendado entre uma dose de vacina e outra é de 30 dias. Portanto, não há nenhum risco extra caso você tenha tomado a vacina no passado e a tome novamente", afirma.

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Estudos apontam que os efeitos colaterais de uma "segunda dose" são bem menores do que da primeira, segundo o epidemiologista. Em geral, as reações adversas à vacina --como dores no corpo, dores de cabeça e febre-- podem afetar entre 2% e 5% dos vacinados a partir do terceiro dia da imunização.

Casos mais graves, como a chamada Doença Viscerotrópica Aguda --uma reação à vacina em que o paciente desenvolve um quadro semelhante ao da doença até dez dias após ser imunizado--, são ainda mais raros. "Esses casos ocorrem em um em cada 500 mil doses aplicadas", afirma Oliveira Júnior, que acrescenta o alto índice de letalidade nessas circunstâncias. 

O especialista afirma, no entanto, que não é porque você tomou duas doses da vacina amarela que estará mais ou menos protegido do que alguém que tomou uma única vez. "Uma única dose é o suficiente para proteger uma pessoa do vírus pelo resto da vida. A diferença de quem a toma uma ou duas vezes está apenas no número de picadas, não na eficiência da imunização", diz ele. Oliveira Júnior diz ser contra aquelas pessoas que com o medo da doença tem tomado duas vacinas em um curto espaço de tempo. "Isso é totalmente desnecessário. É apenas um desperdício de vacina."   

Mas, antes de tomar a vacina --seja a dose integral ou a fracionada--, é importante ficar atenta às contraindicações. A imunização é recomendada para maiores de 9 meses e menores de 59 anos. Idosos a partir de 60 anos, gestantes, pessoas que fizeram tratamento com quimioterapia ou radioterapia, portadores de doença renal, hepática ou no sangue e pessoas que fazem uso de corticoide devem consultar o médico.

Estão impedidas de tomar a vacina pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo. Essas pessoas devem buscar outros meios de proteção --tais como o uso de roupas compridas, de repelente, de mosquiteiros e telas protetoras.