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Brasil tem 846 casos confirmados de febre amarela; número é superior a 2017

07/03/2018 18h34

O número de casos confirmados de febre amarela no Brasil chega a, ao menos, 846 e já ultrapassa os dados registrados no mesmo período do ano passado, segundo o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (7).

Os dados se referem ao período de 1º de julho de 2017 a 6 de março de 2018 deste ano, quando 260 dos infectados pela doença acabaram morrendo em todo país. No período, chegaram a ser notificados 3.234 casos suspeitos (1.560 descartados e 828 em investigação). No ano passado (de julho de 2016 até 6 de março de 2017), eram 597 casos e 190 mortes.

Com 384 casos confirmados e 115 mortes, Minas Gerais é o Estado mais afetado pela doença. São Paulo (349 casos confirmados e 100 mortes) é o segundo Estado mais atingido pelo vírus, seguido do Rio de Janeiro (106 casos confirmados e 44 mortes). Foi confirmado também um caso com óbito no Distrito Federal.

É a primeira vez que Espírito Santo aparece no ranking do Ministério da Saúde, com seis casos de febre amarela confirmados. Há casos em investigação nos seguintes Estados: Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.  

Tanto Rio quanto São Paulo realizam em cidades consideradas de maior risco uma campanha de vacinação com doses fracionadas do imunizante. Em Minas, Estado que já havia sido muito castigado pela epidemia no ano passado, o fracionamento não é realizado. De acordo com o Ministério da Saúde, isso se deve ao fato de que cidades mineiras já dispõem do quantitativo suficiente para imunizar, com doses integrais, toda população que ainda não foi vacinada.

O aumento no número de casos e óbitos relacionados à febre amarela está atrelado à chegada do vírus a áreas de maior população e não a um surto pior da doença. A incidência caiu de 7 casos a cada 100 mil habitantes para 2,4 a 100 mil/habitantes neste ano. 

Desde julho de 2017, casos de transmissão do vírus da febre amarela apareceram em áreas de grande contingente populacional e que não faziam parte da área de recomendação da vacina. A área de risco neste ano atinge 32,5 milhões de pessoas. Na sazonalidade passada, o surto atingiu uma população de 8,4 milhões de pessoas, muito menor que a atual. 

10.jan.2018 - Vacina da febre amarela - Paulo Whitaker/Reuters - Paulo Whitaker/Reuters
Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

Doença grave, vacina segura

Apesar de ser uma doença grave, as campanhas de vacinação contra a febre amarela estão longe de atingir a meta de imunizações. A vacina protege o indivíduo de ser contaminado pelo vírus que circula em mosquitos de áreas de mata e evita que a doença volte a ter transmissão urbana, o que não acontece desde 1942.

Cerca de metade das pessoas que precisam ser vacinadas em cidades de São Paulo e Rio de Janeiro ainda não tomou a dose. A preocupação inicial com a doença parece ter sido substituída pelo receio de reações adversas à vacina. A queda na procura pela imunização preocupa especialistas, que insistem no alerta: quando não há contraindicação, é muito mais perigoso ser contaminado pela doença do que a vacinação.

Quem deve tomar a vacina?

vacinação fracionada é recomendada para pessoas a partir dos dois anos de idade. Quem tomar a vacina dessa forma deverá retornar aos serviços de saúde após oito anos para receber uma dose de reforço.

dose fracionada não é indicada para crianças de 9 meses a menores de dois anos por não haver estudos sobre a sua eficácia para esse público. Ela também não é indicada para pessoas com condições clínicas especiais (como vivendo com HIV ou em período final de quimioterapia, por exemplo) e gestantes.

Viajantes internacionais, que devem apresentar comprovante de viagem no ato da vacinação, também precisam tomar a dose integral. Durante a campanha de vacinação, todos esses públicos receberão a dose normal.

vacina contra a febre amarela é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo. A vacinação também impede a doação de sangue por um período de quatro semanas.