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Recém-nascido morre após hospital improvisar balde como incubadora no AM

Incubadora improvisada com balde é utilizada em hospital no Amazonas - Divulgação
Incubadora improvisada com balde é utilizada em hospital no Amazonas Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

13/03/2018 13h00

Depois de passar 24 horas em uma incubadora improvisada com um balde, um recém-nascido morreu no último sábado (10) no Hospital Regional de Lábrea, cidade a 851 km de Manaus. A Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas) informou que recebeu o hospital sem o equipamento. 

A denúncia foi feita por familiares por meio do aplicativo “Tô na Rede”, criado para receber denúncias públicas. Nele, Sílvia de Almeida, prima da mãe, conta que a gestante chegou ao hospital na última sexta-feira (9). Depois de passar a manhã e noite no hospital, a cesariana foi realizada no sábado, 10. “O bebê nasceu com vida, mas como não tem praticamente nada no hospital, a criança veio a óbito por conta de negligência”, escreveu.

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De acordo com o relato e da foto enviada para o aplicativo, o menino ficou internado em uma incubadora improvisada com um balde. “Médico, apenas um em cada plantão. Enfermeiro, só tem cinco. Porteiro não tem, recepcionistas também não.”

Em nota oficial, a Susam afirma que a criança nasceu com problemas cardíacos. Ela informa que a equipe médica pediu um serviço de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) aérea para a remoção, mas o bebê “não resistiu até a chegada da aeronave”.

A secretaria argumenta que o hospital foi entregue ao Estado sem uma incubadora, mas que o equipamento "está em processo de aquisição". A Susam nega que o hospital tenha menos enfermeiros e médicos do que o necessário e garante que mãe e bebê foram atendidos prontamente. O governo estadual também determinou à direção do Hospital Regional de Lábrea a abertura de sindicância para apurar o ocorrido no atendimento ao bebê.

Crise no Estado

A saúde no Amazonas é uma das principais vítimas da crise pela qual o Estado atravessa desde a deflagração da Operação Maus Caminhos, que apura desvios em verbas do setor. Apenas em 2017, três governadores e quatro secretários de saúde passaram pelos cargos. A atual gestão - no poder desde outubro último - anunciou em fevereiro um pacote de investimentos da ordem de R$ 125,5 milhões para o interior, que inclui aquisição de equipamentos, ambulâncias e repasse aos municípios para manutenção e obras.