Número de mortos por febre amarela chega a 340 no país
Ao menos 340 pessoas morreram infectadas pela febre amarela no Brasil, segundo o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (21).
O número se refere ao período de 1º julho de 2017 a 20 de março deste ano, quando foram confirmados 1.098 casos da doença em todo o país. No mesmo período do ano passado, foram registrados 632 casos e 201 óbitos.
Minas Gerais continua sendo o Estado mais afetado pelo surto, com 453 casos confirmados e 142 mortes. Na sequência, aparecem São Paulo (451 casos e 129 mortes) e Rio de Janeiro (188 casos e 68 mortes). Foram registrados ainda cinco casos no Espírito Santo e um caso que evolui para óbito no Distrito Federal.
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O aumento no número de casos e óbitos relacionados à febre amarela está atrelado à chegada do vírus a áreas de maior população e não a um surto pior da doença. A incidência caiu de 6,9 casos a cada 100 mil habitantes para 2,9 a 100 mil/habitantes neste ano.
Desde julho de 2017, casos de transmissão do vírus da febre amarela apareceram em áreas de grande contingente populacional e que não faziam parte da área de recomendação da vacina. A área de risco neste ano atinge 34,8 milhões de pessoas. Na sazonalidade passada, o surto atingiu uma população de 9,1 milhões de pessoas, muito menor que a atual.
Vacinação ampliada
Ainda assim o Ministério da Saúde anunciou na última terça-feira (20) a recomendação de que a vacina contra a febre amarela seja aplicada em todas as regiões do Brasil.
Atualmente, alguns Estados do Nordeste e parte do Sul e Sudeste não fazem parte das áreas de recomendação de vacina. Mas, a partir da nova orientação, a expectativa é de que 77,5 milhões de pessoas sejam imunizados nessas regiões descobertas.
O Ministério combinou com os Estados que a vacinação será gradual. Até abril de 2019, 1.586 municípios estarão incluídos como áreas com recomendação de vacina, atingindo 100% do território nacional.
Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia serão os primeiros a estenderem a vacinação a todos os municípios. Nesses três casos, as doses serão fracionadas em um quinto da dose integral, enquanto nos demais Estados, as doses devem ser completas.
Vacina segura
Cerca de 10% dos infectados pelo vírus da febre amarela desenvolvem a forma grave da doença, quando pode haver febre acompanhada de hemorragias, insuficiência hepática, insuficiência renal. De 30% a 60% dos pacientes que desenvolvem a forma grave da doença morrem num período entre 10 e 14 dias. A doença não tem tratamento, a única forma de evitá-la é a vacina.
Já os quadros mais graves decorrentes da vacinação, como efeitos neurológicos ou sintomas da febre amarela provocados pela vacina, ocorrem na proporção de 1 a cada 400 mil pessoas vacinadas. Para os especialistas, a vacina contra a febre amarela é segura.
Temos visto que mesmo quando não leva a óbito, a febre amarela pode levar à necessidade de transplante de fígado com urgência. Os casos graves são tratados na grande maioria das vezes em UTIs. Diante de uma doença com uma letalidade dessas e que vem se expandindo, a única maneira de evitar é vacinando
Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
A vacina contra a febre amarela é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo. A vacinação também impede a doação de sangue por um período de quatro semanas.
Desde o ano passado, o Brasil passou a adotar a recomendação da Organização Mundial da Saúde, que é a de vacinar contra febre amarela apenas uma vez na vida.
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