Inscrições para edital do Mais Médicos serão prorrogadas, diz ministro
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou nesta quinta-feira (22) durante passagem por Petrolina (PE) que as inscrições para o programa Mais Médicos serão prorrogadas. De acordo com o Ministério da Saúde, a decisão foi tomada por conta da alta procura dos médicos e pelos ataques cibernéticos ao sistema de inscrição. Os novos prazos ainda não foram definidos.
“Apesar dos ataques, não houve invasão, mas isso acaba tornando o sistema mais lento. Por isso estamos estudando nova data de efetivação das inscrições”, disse o ministro, de acordo com nota da assessoria de imprensa do Ministério da Saúde.
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No momento da abertura das inscrições para o novo edital, nesta quarta (21), o Sistema do Mais Médicos recebeu mais de 1 milhão de acessos simultâneos -- quantidade que representa mais que o dobro do número de médicos em atuação no país. Segundo o ministério, a quantidade de acessos se mantêm alta "como tentativa de derrubar o site".
O edital emergencial foi publicado para preencher as vagas deixadas pelos médicos cubanos no programa Mais Médicos.
A pasta informa que conseguiu identificar a maior parte dos robôs programados para promover os ataques ao site do Mais Médicos e que tomou medidas para proteger o sistema de inscrição de novas ameaças. “A nossa expectativa é de que já nesta tarde tudo seja normalizado”, informou Occhi, segundo a nota.
Médicos poderão antecipar apresentação
O ministro também anunciou que os médicos já inscritos poderão se apresentar no município escolhido antes do dia 3 de dezembro, data prevista para a homologação do resultado do edital. “Nós estamos querendo suprir a possível ausência do médico cubano o mais rápido possível. Por isso, vamos possibilitar que o médico que quiser, se apresente ao posto de trabalho imediatamente, antes de três de dezembro”, afirmou Gilberto Occhi.
Cremesp priorizará registro de participantes de edital
Um outro estímulo para o ingresso de médicos brasileiros no Mais Médicos será dado pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). No registro de profissionais recém-formados, a entidade dará prioridade para os interessados em participar do programa do governo federal.
O conselho anunciou também que fará uma força-tarefa para agilizar a análise da documentação dos profissionais que solicitarem inscrição até esta sexta-feira (23). "A intenção do Cremesp é que o devido registro esteja disponível até este sábado, oferecendo a possibilidade de que os médicos recém-formados possam participar da convocação para o Mais Médicos", diz o Cremesp através de nota.
A entidade criou um canal de reclamações para médicos que estejam encontrando dificuldades para realizar o cadastro no site do Mais Médicos. Questionamentos enviados para o e-mail dificuldadescadastromaismedicos@cremesp.org.br serão reunidos e avaliados pelo Cremesp, que tomará "as medidas cabíveis para que os médicos brasileiros não sejam prejudicados", diz a entidade.
6.000 inscrições são registradas em um dia
Até as 9h desta quinta, foram registradas 6.394 inscrições para o edital emergencial do Mais Médicos. Dessas, apenas 2.812 foram efetivadas. A diferença ocorre porque, após o registro, o sistema verifica as informações cadastradas junto a outras bases de dados — caso, por exemplo, do registro no Conselho Federal de Medicina, necessário para que profissionais brasileiros ou com diploma revalidado possam atuar no país.
Caso haja dados irregulares, a inscrição não é aceita, e o profissional é impedido de escolher uma das vagas disponíveis. Do total daqueles que tiveram inscrições efetivadas, 2.209 já foram alocados para as vagas. O total representa 26% do total de vagas abertas após o anúncio da saída de médicos cubanos do Mais Médicos.
Com o fim da participação de Cuba no programa Mais Médicos, pelo menos 611 dos 5.570 municípios brasileiros correm o risco de ficar sem qualquer médico na rede pública a partir do final de dezembro, segundo estimativa do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde). Nestas cidades há apenas profissionais de origem cubana atuando.
O governo cubano anunciou nesta semana a decisão de deixar o programa por considerar injustas as demandas impostas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, que anunciou novas condições para a parceria com Cuba, incluindo revalidação do título e contratação individual.
O período definido por Havana para o retorno dos médicos será entre o dia 25 de novembro e 25 de dezembro, ou seja, pouco antes da posse de Bolsonaro em Brasília, no dia 1º de janeiro.
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