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Só falta a gente no Carnaval da família, diz repatriado após quarentena

Eduardo Militão

Do UOL, em Anápolis (GO)

23/02/2020 14h06

A saída dos repatriados que fugiram do coronavírus e estavam em quarentena em Anápolis (GO) foi marcada por emoção. O mineiro Alefy Rodrigues, 26, lembrou que agora poderá curtir o Carnaval com a família.

"A nossa família está reunida para o Carnaval e agora só falta a gente", afirmou ele, pouco antes de cumprimentar os militares e entrar no avião da FAB (Força Aérea Brasileira). "Foi ótimo o período em que estivemos aqui. Superou a expectativa."

Alefy e mais 33 repatriados vieram da China, fugindo do surto de coronavírus, há 15 dias. Eles estavam em quarentena junto com mais 24 profissionais de apoio que tiveram contato com os repatriados.

O suboficial Athayde Silva cuidou da alimentação dos brasileiros e chineses que vieram da cidade asiática de Wuhan. O Ministério da Defesa fez uma cerimônia para marcar o embarque deles nos dois aviões de volta para suas casas, em nove estados do país.

Athayde não conteve as lágrimas quando foi entregar uma homenagem à repatriada Lísia e ao filho dela Mateus.

Duas crianças entregaram bandeiras assinadas por todos ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. O ministro disse que as entregará ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), contou ao UOL que, nos próximos dias, todos os 34 repatriados irão a Brasília encontrarem-se com o presidente em uma cerimônia de comemoração da Operação Regresso.

Ele comemorou o fato de a cidade de Anápolis ter recebido os brasileiros e chineses. "O povo goiano é solidário", disse Caiado.

A cerimônia durou pouco mais de meia hora. Os repatriados chegaram ao local do embarque às 11h deste domingo (23). Às 11h40 o segundo avião já havia decolado.

Brasil não tem nenhum caso até o momento

Entre 18 de janeiro e 21 de fevereiro, o Ministério da Saúde recebeu a notificação de 154 casos para investigação de possível infecção pelo coronavírus. Deste total, 51 foram descartados por confirmação laboratorial e 102 foram classificados como excluídos porque não atendiam aos critérios de caso suspeito.

No momento, apenas um caso permanece sob investigação no país. Trata-se de uma brasileira, de 21 anos, que mora na China e chegou ao Brasil no dia 17 de fevereiro e está no Rio de Janeiro.

O novo coronavírus já provocou 2.442 mortes e infectou 76.936 pessoas na China continental. Hoje, o presidente Xi Jinping disse que a epidemia é "a maior emergência de saúde" no país desde a fundação do regime comunista em 1949.