Maia defende fechamento de fronteiras e plano de contingência no Rio e SP
Guilherme Mazieiro
Do UOL, em Brasília
17/03/2020 16h10Atualizada em 17/03/2020 17h15
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu medidas mais duras contra os casos da covid-19. Maia disse que o governo já deveria ter fechado fronteiras, reduzido o número de voos internacionais e que estados como São Paulo e Rio de Janeiro deveriam ter planos de contingenciamento. A fala de Maia vai na contramão do que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) tem defendido nos últimos dias.
"Acho que o governo já deveria ter fechado as fronteiras. Já deveria ter restringido os voos internacionais e a circulação de pessoas, principalmente nos estados onde a projeção é de problemas maiores, como nos estados do Rio e de São Paulo", afirmou.
Maia ressaltou que essas decisões não são comandadas pelo Congresso e sim pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente da Câmara disse que as práticas restritivas foram adotadas por países que têm epidemia do coronavírus.
"A gente não pode, pela questão econômica, correr o risco de ter um problema maior na área de saúde pública. A economia vai ser afetada de qualquer jeito", disse Maia.
"A economia vai ser afetada de qualquer jeito. Você achar que manter a circulação para que a economia continue funcionando e vai garantir algum crescimento está errado, no meu ponto de vista. Na hora que os problemas começarem a aumentar, as pessoas naturalmente vão ficar em casa", afirmou.
Maia considerou que há riscos dos casos aumentarem rapidamente em comunidade, onde há casas pequenas e muitos moradores, o que dificulta o isolamento.
Congresso fechou só na ditadura, afirma Maia
Questionado sobre as declarações de Bolsonaro, que repetiu que há "histeria" sobre o coronavírus, Maia minimizou os atritos.
"Não ajuda a gente tratar de coisas menores tendo um problema maior. Eu vou tratar dos problemas maiores, a minha pauta é ajudar a construir consenso na Câmara para os projetos que o governo vai enviar de forma urgente: mudança de meta [fiscal], necessidade de ampliar gasto público, que é o que acho vai acabar acontecendo", disse.
Câmara e Senado adotaram medidas para restrição de pessoas desde a última semana. Maia descartou o fechamento do Congresso.
"O Congresso brasileiro fechou só na ditadura, não vai fechar mais", afirmou.