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RJ: MP diz que R$ 8,5 mi foram entregues por investigado em fraude na saúde

Dinheiro apreendido durante a operação do MP-RJ - Divulgação/MP-RJ
Dinheiro apreendido durante a operação do MP-RJ Imagem: Divulgação/MP-RJ

Do UOL, no Rio

11/07/2020 15h10Atualizada em 11/07/2020 22h10

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) afirmou em comunicado divulgado na tarde de hoje que cerca de R$ 8,5 milhões apreendidos durante uma operação realizada no dia anterior foram entregues voluntariamente por um investigado. Na ação, foi preso Edmar Santos, ex-secretário estadual de Saúde do Rio.

Na noite de ontem, quando diligências ainda eram cumpridas, uma fonte que participou da operação afirmou ao UOL que o montante havia sido encontrado em uma casa de Edmar Santos em Itaipava, distrito do município de Petrópolis (região serrana). Hoje, a fonte reafirmou a versão. A informação foi repassada também a outros veículos de imprensa que, assim como o UOL, noticiaram o fato. Por meio de nota, a defesa de Edmar informou na tarde de hoje que o dinheiro não foi encontrado em nenhum dos endereços do ex-secretário.

De acordo com a nota de hoje do MP-RJ, o dinheiro foi entregue "espontaneamente por um dos investigados, que estava acompanhado de seu advogado". Não há informação sobre a identidade desse investigado responsável por entregar o dinheiro nem se há relação entre o montante e Edmar Santos. Procurada hoje, o MP-RJ descartou que o dinheiro tenha sido apreendido no imóvel de Itaipava ligado a Edmar.

Na noite de ontem, o MP-RJ já havia divulgado uma nota de esclarecimento afirmando que apenas R$ 5.000 tinham sido encontrados nos endereços pertencentes a Edmar Santos. Contudo, também não deixava clara a circunstância em que os valores milionários em dinheiro vivo tinham sido apreendidos.

"Em outra vertente da investigação, um dos investigados indicou ao MP-RJ a localização de vultosa quantia em dinheiro, que foi apreendida e está sendo contabilizada para ser posteriormente depositada em conta judicial", informava o comunicado de ontem.

Com mais detalhes, o comunicado de hoje diz que dos R$ 8,5 milhões apreendidos havia cerca de R$ 7 milhões em moeda nacional. O restante do montante estava em moedas estrangeiras, como dólares, euros e libras esterlinas. Foi necessário o reforço de equipamentos e de um funcionário do Banco do Brasil para realizar a contagem do dinheiro, que só terminou na madrugada deste sábado.

A defesa de Edmar Santos, que negou que o dinheiro tenha sido encontrado na casa dele, informou que "nos termos de arrecadação (lista de bens apreendidos) das duas residências de Edmar - as únicas referidas na decisão da 1a Vara Especializada Criminal - não consta a apreensão desses valores".

Edmar Santos foi preso durante um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, que investiga fraudes em contratos emergenciais da SES (Secretaria Estadual de Saúde) para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Entre as suspeitas estão três contratos para a compra de respiradores, que somam R$ 180 milhões.

Em outras fases, a operação já prendeu Gabriell Neves, ex-subsecretário executivo de Saúde e braço direito de Edmar Santos. Também foram detidos empresários ligados ao suposto esquema de corrupção.

Procurada pelo UOL, a defesa de Edmar Santos afirmou que não se manifestaria.