Brasil pode ficar duas semanas sem vacinação, alerta ex-coordenadora do PNI
O Brasil pode enfrentar duas semanas de paralisação das imunizações contra a covid-19 por falta de vacina no país. A possibilidade foi levantada pela epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Carla Domingues, durante uma entrevista à CNN.
A declaração contrasta com promessas feitas pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia falado sobre a meta do governo em vacinar toda a população brasileira até o final de 2021.
"Pode ser que alguns municípios ainda tenham estoque, mas com certeza, na maioria das capitais, onde há uma grande concentração da população, e já houve um grande número de pessoas vacinadas, possivelmente poderemos ter uma paralisação [da vacinação] de uma e até duas semanas", disse a epidemiologista à emissora CNN.
Domingues também esclareceu que o Brasil tem capacidade de vacinar mais de um milhão de pessoas por dia, no entanto, a distribuição de 10 milhões de doses do imunizante contra o novo coronavírus garante a vacinação de aproximadamente 5 milhões de brasileiros.
Cadastro da população vacinada
A especialista defendeu que é preciso começar o cadastramento da população vacinada para evitar que haja casos de pessoas 'furando fila'. A organização dificulta que pessoas que não integram o grupo prioritário de vacinação tivessem acesso ao imunizante.
"Não se entende porque o Governo Federal não está investindo nisso. No PNI, desde a primeira versão, colocou que haveria esse pré-cadastro, e isso não foi feito. E não há nenhuma discussão a respeito disso", reforçou a epidemiologista ao ser questionada sobre a forma como a vacina estava sendo distribuída no país.
A dose única da vacina contra a covid-19 é vista como uma estratégia arriscada por Carla Domingues. A especialista chegou a citar que apenas uma aplicação da vacina também é desaconselhada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Se nós esticarmos muito esse prazo, corremos o risco de deixar essa população que está sendo vacinada não protegida e com uma falsa sensação de que a vida pode voltar ao normal. E nós temos, inclusive, uma menor eficácia dessas vacinas na população em geral. Acho que não é o momento de estamos inventando processos de vacinação sem ter a garantia da segurança e eficácia das vacinas", esclareceu durante a entrevista à CNN.
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