Governador de PE critica gestão Bolsonaro: 'tem atrapalhado todo processo'
Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, criticou hoje o governo federal pelas ações durante a pandemia de covid-19. Ele foi perguntado sobre a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) feita por Jair Bolsonaro (sem partido), para suspender decretos de 3 estados. E respondeu que o presidente tem atrapalhado as ações dos governadores.
"Infelizmente o governo federal não tem feito coordenação. Pelo contrário: tem atrapalhado todo o processo que estamos implantando, quando espalham fake news, quando colocam tratamentos que ciência mostrou que não funcionam, quando desdenham de muitas ações feitas e quando não veem que estamos com recordes de mortes em todos estados. O Brasil não se cuida em um momento tão difícil", criticou Câmara em entrevista à CNN Brasil.
O governador de Pernambuco também respondeu a Bolsonaro sobre a crítica que ele tem feito em relação a "serviços essenciais", dizendo que todos setores de trabalho podem receber essa classificação.
"Estamos tentando salvar vidas. O que é essencial é a vida. Não há outro bem maior que a vida. Por isso vamos tomar medidas necessárias para preservar vidas", declarou Paulo Câmara.
O governador explicou que, para diminuir a transmissão do vírus, está colocando restrições em setores que causam aglomerações.
"Estamos há 3 semanas com crescimento exponencial de casos e procura por leitos de covid-19, principalmente de UTI. Quando inicia esse processo de aceleração, é importante intensificar medidas restritivas. Por isso, desde ontem, estamos só com serviços básicos e fazendo ampla campanha para pessoas ficarem em casa até o dia 28. Está proibido frequentar bares e praias, para diminuir a circulação do vírus. Todo esforço é para que se estabilize o sistema de saúde e possa ter condições de atender melhor a população", explicou Câmara.
O governador também prometeu ampliar a quantidade de leitos de 1000 para 1600 nos próximos dias. "Com isso esperamos que, nas próximas duas semanas, tenha um controle maior. Caso não seja possível, vamos preservar vidas e tomar medidas mais duras", concluiu Câmara.
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