Topo

Mesmo com atrasos, SP mantém promessa de vacinar adultos até 20 de agosto

vacina, vacinação - iStock
vacina, vacinação Imagem: iStock

Anahi Martinho

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/07/2021 04h00Atualizada em 27/07/2021 12h54

Mesmo após a vacinação contra a covid ser suspensa em ao menos dez capitais do Brasil por falta de doses, o estado de São Paulo prevê manter o cronograma e vacinar todos os adultos com mais de 18 anos até o dia 20 de agosto.

Segundo a Secretaria da Saúde, o problema de abastecimento não afetou o estado de São Paulo, e o cronograma prometido pelo governador João Doria (PSDB) permanece factível.

"A gente realmente consegue afirmar que o estado de São Paulo não foi afetado", afirmou a assessoria de imprensa da pasta ao UOL, sem informar o atual estoque de doses do estado.

O calendário de vacinação previsto no estado de São Paulo:

  • De 30 a 34 anos: desde 19 de julho a 4 de agosto
  • De 25 a 29 anos: de 5 a 12 de agosto
  • Maiores de 18 anos: até 20 de agosto

Os adolescentes entre 12 e 17 anos com comorbidades devem ser vacinados entre 23 de agosto e 5 de setembro. A partir de 6 de setembro, está prevista a imunização de adolescentes de 12 a 17 anos.

O estado de São Paulo vacinou 75% da população adulta com a primeira dose e 20% com as duas doses ou dose única. Os dados são do portal Vacina Já, atualizado às 20h de ontem. Até o momento, o estado aplicou 34,8 milhões de doses de vacina contra a covid.

Como está o calendário na cidade de São Paulo:

  • 29 anos: 27 e 28 de julho (hoje e amanhã)
  • 28 anos: 29 e 30 de julho(quinta e sexta)
  • Repescagem 28 e 29 anos: 31 de julho (sábado)

Vacinação suspensa

Ontem ao menos nove capitais tiveram que suspender a aplicação da primeira dose de vacina. Faltaram doses em Belém, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória.

Em seu perfil no Twitter, Doria disse ontem que "falta de gestão" e de "senso de urgência" ao Ministério da Saúde e afirmou que o governo federal mantinha paradas 16 milhões de doses de vacinas — o que foi negado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele rebateu as críticas de governadores e prefeitos e disse que a criação de regras locais, em desrespeito ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), pode criar confusão no cronograma.

"Não há estoque de vacina. O que há é que, quando as vacinas chegam no aeroporto, elas precisam ser avaliadas pela chancela da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Segundo, precisa passar pelo controle do INCQS [Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde]. Também tem a questão da Receita Federal", afirmou Queiroga ontem.

Segundo o ministro, a distribuição de doses será normalizada até amanhã. O ministério anunciou que enviará 10,2 milhões de doses de vacinas ao longo dos próximos três dias para todos os estados e o Distrito Federal.

O Brasil vacinou até o momento 38 milhões de pessoas com as duas doses ou com imunizante de dose única, o que equivale a 17,96% da população, enquanto 96,3 milhões de pessoas (45% da população) receberam apenas a primeira dose, de acordo com dados do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte.

Ontem, país ultrapassou a marca de 550 mil mortes pela covid.. A média móvel de óbitos está abaixo de 1.200 há uma semana, mas ainda muito acima do pico da primeira onda da pandemia, em 2020.

Só vamos controlar a epidemia no Brasil quando tivermos de 70% a 80% da população vacinada. Este patamar de 20% não é eficaz para, eventualmente, se houver uma segunda onda, nós impedirmos"
Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz