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Sul: Pandemia adia Oktoberfest, mas não impedirá Natal de Gramado reduzido

Em 2020, Natal Luz de Gramado já ocorreu com restrições - Cleiton Thiele/Divulgação
Em 2020, Natal Luz de Gramado já ocorreu com restrições Imagem: Cleiton Thiele/Divulgação

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú

01/08/2021 04h00

A pandemia fez cancelar eventos tradicionais da Região Sul, como a Oktoberfest em Blumenau (SC) e a Festa da Uva em Caxias do Sul (RS). Mas não impedirá a realização "reduzida" do Natal Luz, de Gramado (RS), e da feira agropecuária Expointer daqui um mês em Esteio (RS).

As liberações acontecem em meio a um cenário paradoxal no Rio Grande do Sul. Enquanto a média diária de mortes cai desde abril no estado, o número de casos cresce desde 20 de julho —de 2.216 novas infecções diárias, saltou para 11.761 na última quinta-feira (28).

Para o infectologista Pedro Hallal, a liberação dos eventos é "aceitável", mas ele faz uma ressalva: "não há garantia alguma de que seja viável". "É importante realizar eventos-teste, para organizar bem os protocolos e evitar aumento de contágio."

Natal de Gramado

A realização do Natal de Gramado foi confirmada, mas todos os espetáculos e atrações terão a capacidade de público reduzida em razão da pandemia.

As cinco atrações principais (todas pagas) foram confirmadas, segundo informou a Prefeitura de Gramado —duas delas vão ocorrer ao ar livre e outras três no Centro de Eventos Expogramado. Entre elas, está o Desfile de Natal em um espaço fechado.

Procurada pelo UOL, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) do Rio Grande do Sul informou que, no caso do Natal Luz, a aprovação "deveu-se à faixa de público, que estará entre 1.200 a 2.500 pessoas" e que o público deverá permanecer "sentado com distanciamento entre grupos, uso obrigatório de máscara, controle de fluxo de público", entre outras restrições. O teste PCR poderá ser exigido.

Segundo Diego Scariot, diretor de eventos da Gramadotour, autarquia responsável pelo evento, shows na rua —e portanto sem restrição de público— não poderão ocorrer, como no caso do show de acendimento que já reuniu 7.000 pessoas.

Mesmo com a liberação do estado, observa a secretaria, foi preciso que 2/3 dos prefeitos dos municípios da região aprovassem o evento. No caso do Natal Luz, o aval saiu na sexta-feira (30).

Para a Expointer, organizada pelo governo do RS com outras entidades, serão exigidos testes do público interno (trabalhadores em geral, expositores e imprensa) e o número de visitantes será reduzido para 15 mil por dia, o que corresponde a 25% do público externo que se registrou em outras edições, conforme a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.

Em 2019, 416.416 visitantes circularam nos nove dias pelo parque. Em 2020, em meio a pandemia, a Expointer ocorreu, mas sem visitantes.

Na edição daqui um mês, o teste com resultado negativo para covid-19 não será exigido de visitantes tampouco de trabalhadores que permanecerem menos de três dias no parque. Para todos, será obrigatório usar máscaras, manter o distanciamento e ter a temperatura verificada.

Oktoberfest: indicadores e exterior

Para ocorrer neste ano, os organizadores da Oktoberfest esperavam o seguinte "cenário": 60% das UTIs para covid ocupadas e 70% da população com ciclo completo de vacinação. Porém, na semana passada, a ocupação das UTIs estava em 81% e apenas 16% dos habitantes da cidade tinham sido totalmente imunizados.

A organização entendeu que os percentuais mínimos não seriam atingidos até outubro e decidiu adiar o evento que, em 2019, reuniu 600 mil pessoas em 19 dias —média diária de mais de 30 mil.

"Foi uma decisão muito dura", explica o presidente da festa, Marcelo Greuel. O desgosto pelo adiantamento tem um motivo: a festa movimenta R$ 240 milhões na cidade e gera 6.000 empregos diretos e indiretos, segundo Greuel.

A organização também levou em conta o cancelamento da Oktoberfest em Munique, na Alemanha, e o aumento de casos de covid em dois eventos —na Eurocopa e nas Olímpiadas em Tóquio. No ano que vem, a festa da cerveja está prevista para acontecer de 5 a 23 de outubro.

Outra festa adiada foi a Festa da Uva, na serra gaúcha. Na última edição, em 2019, mais de 650 mil circularam pelo parque em 17 dias. Devido à colheita da fruta, o evento ocorre entre fevereiro e março.

O diretor-executivo da Festa da Uva, Luciano Pereira, reconhece proximidade entre o fim da imunização —prevista para novembro ou dezembro— e o início do evento, já que as estruturas começam a ser montadas em janeiro. Mas descarta cancelamento e entende que a festa pode ser adaptada.