Rio pede a Queiroga aumento de 15% em lotes de vacina para conter delta
O governo do Rio de Janeiro pediu ontem (4) ao Ministério da Saúde um acréscimo de 15% nos lotes de vacinas contra a covid-19 enviados ao Rio como forma de conter o avanço da variante delta no estado.
No mesmo ofício, ao qual o UOL teve acesso por meio do SEI (Sistema Eletrônico de Informações), a SES (Secretaria de Estado de Saúde) também pediu ao ministro Marcelo Queiroga para antecipar a aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer. A proposta é reduzir o intervalo da segunda dose de 12 para três semanas.
No documento, o secretário estadual de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, afirma que a delta "já é a segunda variante predominante no estado, sendo identificada pela última rodada de análises genômica em mais de 30 municípios nas nove regiões de saúde".
A distribuição de doses de vacina é feita pelo Programa Nacional de Imunização com base na população de cada um dos estados e do Distrito Federal. O aumento solicitado pelo Rio tem como base essa cota à qual o governo fluminense tem direito.
O governador Cláudio Castro (PSC) já havia sinalizado que tinha intenção de pedir ao governo federal prioridade para o Rio na distribuição de doses de imunizantes contra a covid-19.
O UOL procurou o Ministério da Saúde e a SES sobre o pedido, mas ainda não obteve retorno.
Delta já responde por 45% dos casos na capital
Um relatório de vigilância genômica divulgado pela SES anteontem (3) —sequenciamento genético de amostras de pacientes com covid-19 para saber com qual cepa eles foram infectados— mostrou que 45% dos novos casos na capital fluminense já são da variante delta.
Surgida na Índia, essa nova cepa do coronavírus é muito mais contagiosa que as anteriores, e tem capacidade maior de infectar pessoas que já receberam a primeira dose da doença.
O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, afirmou hoje que a delta deve se tornar hegemônica na cidade em até 30 dias.
"A variante delta em todos os países que ela entrou em 30 dias já se tornou a variante predominante. Muito provavelmente aqui na cidade do Rio de Janeiro, nos próximos dias, ela vai ser a variante predominante, tenho expectativa que, em no máximo 30 dias, isso possa acontecer. E ela dissemina muito mais rápido, com muito mais velocidade que as demais variantes", disse Soranz, em entrevista à Globonews.
De acordo com dados da SES, o estado do Rio tem 59.535 mortes e 1.041.216 casos confirmados de covid-19. Na capital, são 30.561 vítimas da doença e 403.604 infectados desde o início da pandemia.
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