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Máscara será obrigatória em SP até 31 de janeiro, diz secretário de Saúde

Do UOL, em São Paulo

20/12/2021 09h50Atualizada em 20/12/2021 14h33

O uso de máscaras de proteção contra a covid-19 no estado de São Paulo seguirá obrigatório em ambientes internos e externos até 31 de janeiro de 2022. As informações foram anunciadas na manhã de hoje pelo secretário de Saúde do governo, Jean Gorinchteyn, em entrevista à GloboNews, e reafirmadas em entrevista ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL.

"O governador João Doria (PSDB) entendeu que, tendo uma variante nova em circulação, nada mais justo do que reavaliar", disse Gorinchteyn ao UOL.

A última atualização do Governo de São Paulo sobre o uso obrigatório de máscaras ocorreu no dia 2 de dezembro. Naquela data, por conta da confirmação de casos da variante ômicron na capital paulista, a gestão retrocedeu na flexibilização, que havia sido anunciada no final de novembro para ocorrer a partir do dia 5 de dezembro.

Assim como as medidas anteriores, o decreto a ser assinado hoje pelo governador Doria deve obrigar os municípios a seguir a decisão estadual.

SP quer vacinar crianças contra covid

Na contramão das declarações ditas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que não vê motivo para pressa na imunização de crianças de cinco a 11 anos, Gorinchteyn detalhou que o estado paulista estabelecerá a vacinação infantil contra covid.

O secretário disse ainda que aguarda até o final da tarde de hoje uma resposta da farmacêutica Pfizer sobre a autorização ou não da aquisição de vacinas pelo estado.

Não podemos aguardar essa indefinição em um momento pandêmico. Dessa maneira, o próprio governador (de SP João Doria, do PSDB) solicitou que até a tarde de hoje nós devemos ter um posicionamento (da Pfizer). Caso ele seja negativo, nós entraremos, através da Procuradora-Geral do Estado, com uma ação no STF. Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo

A fala foi dita pelo secretário em entrevista ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL,

Mais cedo, falando à GloboNews e rebatendo o posicionamento de Queiroga, o secretário de saúde de São Paulo disse que a vacinação de crianças é uma emergência "para agora, e não para daqui a pouco".

Especialidade dele é cardiologia e a nossa é infectologia e saúde pública e sabemos que no Brasil a mortalidade é 10 vezes maior que os EUA, não só por comorbidades, mas também por crianças estarem em regiões de difícil acesso. É sim uma emergência, e é para agora, não é para daqui a pouco.
Jean Gorinchteyn, secretário de saúde de São Paulo

Na leitura do secretário, ao judicializar a questão em caso de negativa da Pfizer, o STF (Supremo Tribunal Federal) poderá garantir o recebimento imediato das doses ao estado.

"Recebemos um parecer do Ministério da Saúde de forma totalmente oficiosa [afirmando] que a Pfizer só teria 15 milhões de doses para oferecer a todo o país", explicou o secretário. Na sequência, Gorinchteyn reforçou a importância da CoronaVac ser liberada para uso como dose de reforço no país, como ocorre fora do Brasil.

"Quanto antes tivermos um parecer da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], poderemos fazer composição da Pfizer com a Coronavac (...) Não deve ser mantida fora do programa de imunização", finalizou.

O UOL entrou em contato com a Pfizer para saber qual é o posicionamento da farmacêutica sobre a negociação e possibilidade de judicialização do caso, e aguarda retorno.

Transmissão comunitária da ômicron

A transmissão comunitária da variante ômicron do coronavírus no estado de São Paulo é considerada como uma realidade pela Secretaria de Saúde.

Gorinchteyn disse que, apesar do avanço do número de casos, o sistema de saúde não está sobrecarregado devido à efetividade das vacinas no combate aos quadros mais graves da doença. "Vacinar significa proteger contra formas graves e mortes".

O secretário também fez um apelo para a população para que o uso de máscaras seja adotado pelos brasileiros dentro do país e em possíveis viagens para o exterior.