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RS confirma 2º caso de varíola dos macacos no estado; Brasil soma 7 casos

Até o momento, o Brasil registra sete casos confirmados para a varíola dos macacos - iStock
Até o momento, o Brasil registra sete casos confirmados para a varíola dos macacos Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

17/06/2022 17h26Atualizada em 17/06/2022 17h46

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou hoje um novo caso de varíola dos macacos. É o segundo registrado no estado e o sétimo no Brasil. A confirmação foi realizada pelo Instituto Adolf Lutz, em São Paulo, através exame laboratorial. A informação também foi confirmada pelo Ministério da Saúde em nota.

A pasta esclareceu que o novo caso foi registrado em um homem, de 34 anos, morador de Porto Alegre, e que tem histórico de viagem para a Europa. O paciente passou por atendimento médico nas últimas semanas, está em isolamento e se encontra com o quadro clínico estável e sem complicações. Ele também é monitorado pelas Secretarias de Saúde do Estado e do município.

"Não há relação de contato desse com o outro caso que já foi confirmado no RS, que foi de um residente de Portugal em viagem à Capital. Ambos são considerados casos importados por serem em pessoas com histórico recente de viagem a outros países. Fora esses dois confirmados, não há no momento registro de outros casos considerados suspeitos.", explicou.

De acordo com o Ministério da Saúde, as medidas necessárias para o controle da doença estão sendo tomadas.

"As medidas de controle foram adotadas de forma imediata, como isolamento e rastreamento de contatos em voo internacional com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Ministério da Saúde, por meio da Sala de Situação e do CIEVS Nacional [Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde], segue em articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contados."

Até o momento, o Brasil registra sete casos confirmados para a varíola dos macacos, sendo eles: quatro em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro. Outros nove casos suspeitos estão em investigação.

Na última terça-feira (14), o diretor-chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que convocou o comitê de emergência da entidade para uma reunião em 23 de junho para debater o crescente número de infecções em todo o mundo. A OMS avalia se vai declarar a disseminação de casos de varíola dos macacos uma emergência de saúde global.

Como acontece a contaminação

A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo/íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Esse contato pode ser, por exemplo, por abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado.

"A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões", informou o governo de São Paulo, em nota.

Prevenção

  • Evitar contato próximo/íntimo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado;
  • Evitar o contato com qualquer material, como roupas de cama, que tenha sido utilizado pela pessoa doente;
  • Higienização das mãos, lavando-as com água e sabão e/ou uso de álcool gel.

Conheça os sintomas

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início desses sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele que podem estar localizadas em mãos, boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.

Risco de morte é baixo

A varíola dos macacos pode ser letal, mas o risco é baixo. Existem dois grupos distintos do vírus da doença circulando no mundo, agrupados com base em suas características genéticas: um predominantemente em países da África Central — com taxa de fatalidade de cerca de 10% —, e outro circulando na África Ocidental, com taxa bem menor, de 1%.

A vigilância genômica ainda incipiente mostra que o vírus em circulação fora do continente africano é o menos letal.

Complicações podem ocorrer, principalmente infecções bacterianas secundárias da pele ou dos pulmões, que podem evoluir para sepse e morte ou disseminação do vírus para o sistema nervoso central, gerando um quadro de inflamação cerebral grave chamado encefalite, que pode ter sequelas sérias ou levar ao óbito.

Além disso, como toda doença viral aguda, a depender do estado imunológico do paciente e das condições e acesso à assistência médica adequada, alguns casos podem levar à morte.

Vacina da varíola humana protege

Estudos apontam que a vacinação prévia contra varíola pode ser eficaz contra a varíola de macacos em até 85%. Isso porque ambos os vírus pertencem à mesma família e, portanto, existe um grau de proteção cruzada devido à homologia genética entre eles.

Entretanto, como a varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, atualmente não há vacinas disponíveis para o público em geral.