Enviado de Trump para América Latina foi demitido por caso com subordinada
O presidente eleito Donald Trump nomeou seu enviado para a América Latina. Trata-se de Mauricio Claver-Carone, conhecido por sua linha dura contra Venezuela e Cuba. Em 2022, depois de ter sido apoiado por Trump e pelo então presidente Jair Bolsonaro, o americano foi demitido do Banco Interamericano de Desenvolvimento por manter uma relação com uma subordinada.
A escolha foi anunciada neste domingo e, depois de a escolha de Marco Rubio como chefe da diplomacia, sinaliza a postura que Trump terá na região.
Num comunicado, o presidente eleito anunciou que seu enviado iria "restabelecer a ordem" na América Latina.
Filho de cubanos exilados na Flórida, o novo escolhido foi um dos arquitetos da política de Trump contra o governo de Nicolas Maduro, a partir de 2017. A orientação era "pressão total" contra Caracas.
Ele deixou o primeiro governo do republicano para liderar o BID, num esforço para tentar frear a influência da China na região. Sua candidatura teve o apoio de Bolsonaro, a partir de 2019.
Para mostrar seu compromisso com o então chefe da Casa Branca, o ex-presidente descartou a candidatura de Rodrigo Xavier, um brasileiro indicado por Paulo Guedes.
Mas após uma investigação concluir que ele manteve uma relação íntima com uma funcionária, desrespeitando as normas da instituição, o americano foi demitido. Ele já havia negado as alegações, criticando a investigação por não "atender aos padrões internacionais de integridade".
Ao ser afastado, ele acusou o governo de Joe Biden de orquestrar sua queda.
Claver-Carone já tinha, segundo a investigação, um relacionamento com a mulher anteriormente e que ele teria violado as políticas do banco ao tomar ações para beneficiá-la na organização. Entre os indícios coletados estão custos "excessivos" de diárias de hotéis em viagens oficiais com a funcionária, e retaliação a membros do BID que reportaram a relação entre os dois.
"Nos últimos quatro anos, o caos e a anarquia tomaram conta de nossas fronteiras", declarou Trump. "É hora de restaurar a ordem em nosso próprio hemisfério", insistiu.
"Mauricio conhece a região e sabe como colocar os interesses dos Estados Unidos em PRIMEIRO LUGAR. Ele também conhece as terríveis ameaças que enfrentamos com a migração ilegal em massa e o fentanil. Como enviado especial do Departamento de Estado, Mauricio trabalhará incansavelmente para proteger o povo americano", completou o americano.
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