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Mesmo com fim de emergência, ministra pede vacinação e critica Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

07/05/2023 20h20Atualizada em 07/05/2023 21h07

A ministra da Saúde Nísia Trindade criticou a atuação do "governo anterior" contra a covid-19 em pronunciamento na noite de hoje após a OMS (Organização Mundial da Saúde) de ter declarado o fim da emergência da doença. Ela não citou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu:

Nísia criticou o papel desempenhado pelo governo Bolsonaro no combate à covid-19 ao relembrar que mais de 700 mil pessoas morreram em razão da doença. Durante a pandemia, o ex-presidente chamou a doença de "gripezinha".

A ministra agradeceu aos profissionais da saúde que atuaram na pandemia, aos cientistas e laboratórios que desenvolveram e produziram os imunizantes, destacando os nomes do Instituto Butantan, Fiocruz e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Negacionismo, ataques e descaso. A chefe da Saúde citou ainda os "desmontes da ciência e tecnologia", "os ataques à ciência e a política de descaso", agradecendo aos governadores e prefeitos que "não se deixaram levar pelo negacionismo" e contribuíram para o combate ao vírus.

Outro teria sido o resultado se o governo anterior durante toda a pandemia respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país. Não podemos esquecer! Precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno."
Ministra da Saúde, Nísia Trindade

A ministra ressaltou que a vacinação contra a covid-19 é essencial, já que a doença segue sofrendo mutações. Ela destacou que as hospitalizações e óbitos pela doença ocorrem, principalmente, entre as pessoas que não receberam todas as doses de vacina recomendadas.

Por fim, a ministra disse ser necessário aprender as "lições" trazidas pela pandemia, como fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde), melhorar a capacidade científica e tecnológica do país e "superarmos as desigualdades sociais, que fazem com que a pandemia atinja de forma desigual aqueles em situação social de maior vulnerabilidade".

No pronunciamento, Nísia citou o presidente Lula (PT) apenas uma vez, ao agradecer os profissionais da saúde. "[Lula] tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS."

É hora, sobretudo, de valorizarmos a vida, a saúde e a cultura democrática. Vamos atuar juntos, governo, trabalhadoras e trabalhadores da saúde, comunidade científica e toda a sociedade para preservar a vida e melhorar as condições de prevenção de doenças e promoção da saúde. Para nunca mais vivermos os dias terríveis do passado recente e construirmos um futuro melhor."
Ministra da Saúde, Nísia Trindade

Fim da emergência da covid-19

Na sexta-feira (5), a OMS declarou o fim da emergência internacional causada pela covid-19 após pouco mais de três anos.

A doença matou 7 milhões de pessoas, segundos os dados oficiais. Porém, os cálculos da OMS apontam para aproximadamente 20 milhões de vítimas em todo o mundo.

A OMS divulgou a decisão após especialistas concluírem que o vírus não é mais uma ameaça sanitária internacional e essa crise está oficialmente encerrada.

A expansão da vacinação em todo o mundo foi um dos fatores que contribuiu para a decisão do fim da emergência internacional para a covid-19.