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Tratamento de choque é o que falta para Serra Leoa combater Ebola, diz chefe da OMS

Integrantes das Forças Armadas do Reino Unido e Serra Leoa participam de curso que ensina como cuidar de pacientes de ebola - Sargento Tom Robinson/ EFE
Integrantes das Forças Armadas do Reino Unido e Serra Leoa participam de curso que ensina como cuidar de pacientes de ebola Imagem: Sargento Tom Robinson/ EFE

Tom Miles

14/12/2014 15h48

GENEBRA (Reuters) - O fracasso da estratégia da Serra Leoa para combater o vírus Ebola pode ter partido da falta de um ingrediente: um grande choque que poderia mudar o comportamento das pessoas e, finalmente, evitar novas infecções.

Bruce Aylward, chefe da resposta Ebola na Organização Mundial de Saúde (OMS), disse que a Serra Leoa estava bem colocada para conter a doença --o seu pior surto já registrado-- com infraestrutura, organização e auxílio.

O problema é que as pessoas ainda precisam ser chocadas para modificar o comportamento, que está ajudando a propagação da doença, ainda mantendo entes queridos infectados por perto e ao tocar os corpos dos mortos.

"Cada novo lugar que fica infectado passa por essa mesma curva de aprendizado terrível, onde um monte de gente tem que morrer... antes que esses comportamentos comecem a mudar", afirmou Aylward à Reuters.

Enquanto a vizinha Libéria contornou a maré de Ebola, e Mali e Nigéria rapidamente sufocaram surtos, Serra Leoa tem mais de 70 por cento dos casos notificados nas últimas três semanas e mais de metade dos 18 mil casos confirmados nos nove meses do surto.

O número de mortos pelo surto registrados pela OMS subiu para 6.583, mas o número real é provavelmente muito maior, devido à sub-notificação de casos.