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Mortalidades materna e infantil caem em países pobres; leste da África é destaque

Joseph D'Urso

Em Londres

10/03/2015 15h07

As taxas de mortalidade materna e infantil caíram em todos os 49 países mais pobres do mundo entre 2010 e 2013, em grande parte graças a uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) lançada em 2010, informou a entidade nesta terça-feira."Atualmente o mundo está reduzindo as mortes de crianças de menos de cinco anos e de mães mais rápido do que em qualquer momento da história", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em um comunicado.

"Desde 1990, a mortalidade materna foi reduzida quase pela metade; cerca de 17 mil crianças a menos morrem a cada dia".

As nações do leste da África testemunharam um progresso particularmente robusto ? as taxas de mortalidade infantil caíram 14,9% ou mais em Moçambique, Ruanda, Tanzânia, Quênia e Uganda.

Também surgiram boas notícias do Haiti, que tinha uma taxa de mortalidade de crianças de menos de cinco anos de 17,4% em 2010, quando a ilha foi devastada por um terremoto, e que baixou este índice para 7,3% em 2013.

As reduções na mortalidade materna foram mais pronunciadas no Afeganistão, onde a taxa caiu 20% entre 2010 e 2013, e no Zimbábue, que teve uma queda de 22,9%.

No total, as mortes de 2,4 milhões de mulheres e crianças foram evitadas desde 2010, afirma o relatório.

A ONU atribui a redução dos óbitos à sua iniciativa "Cada Mulher, Cada Criança" (EWEC, na sigla em inglês), parte da mais abrangente Estratégia Global pela Saúde de Mulheres e Crianças, lançada por Ban em 2010.

A EWEC tem o formato de uma parceria de saúde pública global entre governos, ONGs e o setor privado.

Houve "aumentos substanciais" na terapia de reidratação oral, na amamentação exclusiva e na prevenção da transmissão do vírus HIV de mães para filhos, afirma o relatório, com "avanços importantes" no planejamento familiar, no tratamento pré-natal, na assistência especializada ao parto e nos cuidados pós-parto.

Mas duas outras metas, o tratamento da pneumonia e a expansão das vacinas infantis, tiveram "progresso limitado".

"Ainda há muito sofrimento desnecessário", declarou Ban.

A iniciativa agora irá visar o fim de todas as mortes evitáveis de mulheres e crianças.