Sem provas, Bolsonaro diz que mortes no Brasil poderiam ter sido evitadas com uso de hidroxicloroquina
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender hoje o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19 mesmo que o medicamento não tenha comprovação científica no tratamento da doença. Bolsonaro afirmou que as mais de 100 mil mortes em decorrência do coronavírus poderiam ter sido evitadas, caso a medicação tivesse sido usada.
Mesmo reconhecendo que não há comprovação científica, o presidente voltou a citar seu caso como exemplo da eficácia do medicamento.
"Eu sou a prova viva que deu certo. Muitos médicos defendem esse tratamento, e sabemos que mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil que, caso tivesse sido tratado lá atrás com esse medicamento, poderiam essas vidas terem sido evitadas", disse Bolsonaro em evento no Pará, se atrapalhando no final da frase, quando quis dizer que as vidas teriam sido poupadas.
"E mais ainda, aqueles que criticaram a hidroxicloroquina não apresentaram alternativas", comentou o presidente que divulgou sua "cura" do novo coronavírus no dia 3 de agosto.
O presidente repetiu discurso que vem adotando desde o início da pandemia, insistindo nas consequências econômicas da paralisação de atividades, imposta por governadores e prefeitos como meio de frear a disseminação do vírus.
"Desde o início eu já dizia, temos dois problemas pela frente: o vírus e o desemprego. E ambos devem ser tratados com a devida responsabilidade", afirmou.
Bolsonaro disse que destinou 400 mil unidades de cloroquina ao Pará e lembrou da ajuda do governo federal aos caixas de estados e municípios.
"Obras são importantes, sabemos, a vida não tem preço. Mas o desemprego leva à depressão e leva também à doença e à morte", afirmou o presidente.
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