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Nepal celebra 60 anos da conquista do Everest

29/05/2013 09h52

KATMANDU, 29 Mai 2013 (AFP) - O Nepal celebra nesta quarta-feira os 60 anos da primeira escalada ao Everest, ao recordar os dois primeiros alpinistas a atingir o topo do mundo, uma festa de quatro dias batizada de "Jubileu de diamante do Everest".

Os quatro dias de comemorações terminarão com uma festa no antigo palácio real de Katmandu em homenagem aos dois primeiros homens que alcançaram o pico da maior montanha do mundo (8.848 m), o neozelandês Edmund Hillary e o nepalês Tenzing Norgay.

A neta de Hillary e uma sobrinha, o famoso alpinista italiano Reinhold Messner, o neto de Norgay, Tashi Tenzing, e o último membro da expedição de 1953 ainda vivo, Kancha Sherpa, desfilaram pela capital nepalesa.

Em 1953, a expedição britânica de Hillary e Norgay mudou para sempre o alpinismo mundial e colocou seus nomes na história.

"Hillary e Tenzing eram estrelas do rock nos anos 1950 e 1960", afirmou à AFP o filho do neozelandês, Peter Hillary.

"O mais importante de 1953 é que partiam para o desconhecido", disse.

Aos 81 anos, Kancha Sherpa ainda recorda uma expedição difícil com final feliz, mas lamenta que a glória não tenha sido mais bem dividida.

"Todo mundo soube que Tenzing e Hillary conquistaram o Everest, mas ninguém sabe até que ponto trabalhamos duro ao longo de todo o caminho", disse.

A expedição durou dois meses e mobilizou mais de 300 pessoas que transportaram oito toneladas de material.

Atualmente, os alpinistas precisam pagar caro para alcançar o topo do mundo. Eles devem fazer a escalada em uma janela meteorológica de algumas semanas, que vai de abril até a primeira semana de junho, quando os ventos habitualmente violentos ficam mais suaves.

Quase 300 pessoas já alcançaram o topo do Everest neste ano. Um deles, o japonês Yuichiro Miura, de 80 anos, se tornou este mês a pessoa mais idosa a completar a escalada, aumentando em quatro anos o recorde anterior.

Nesta quarta-feira, a marca foi confirmada, depois que o nepalês Min Bahadur Sherchan, ex-dono do recorde e que completará 82 anos no dia 20 de junho, desistiu de sua tentativa, em consequência do tempo e de um início de escalada atrasado.

Tanto na subida quanto na descida, os alpinistas se aventuram em passagens estreitas na chamada "zona da morte", a parte da montanha acima dos 8.000 metros, onde é praticamente impossível sobreviver por mais de 48 horas ao frio intenso e à falta de oxigênio.

Desde a expedição histórica de Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953, 10.000 pessoas tentaram escalar o Everest e quase 4.000 atingiram a meta.

Mas quase 300 pessoas morreram escalando o Everest nas últimas seis décadas. Alguns corpos permanecem na montanha.

O Himalaia tem muitas montanhas que atraem, às vezes de modo fatal, os alpinistas.

Na segunda-feira, um espanhol morreu depois de permanecer preso por três dias a 7.500 metros de altura no Dhaulagiri, a sétima maior montanha do planeta.