Coronel deve ser afastado da Escola Superior de Guerra, analisa professor

O coronel que criticou a investigação da Polícia Federal sobre a suspeita de trama golpista deve ser afastado da Escola Superior de Guerra, afirmou Francisco Carlos Teixeira, historiador e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no UOL News de sábado (23).

Após o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, o diretor do CGERD (Curso de Gestão de Recursos de Defesa) da Escola Superior de Guerra, Anderson Freire Barboza postou em um grupo do WhatsApp que as eleições de 2022 "foram roubadas", chamou o presidente Lula de ladrão e contestou a veracidade da investigação da Polícia Federal sobre a trama golpista.

É extremamente grave que o coronel fale isso. E o comandante da Escola Superior de Guerra, onde eu trabalhei longamente, e que é membro do alto comando do Exército, deve chamá-lo para que ele se explique. E ele deve ser afastado das suas funções na Escola Superior de Guerra.

Esse é um ato de inconformidade perante a Justiça brasileira. Não é nem sobre o poder político, é a Justiça brasileira.
Francisco Carlos Teixeira, historiador e professor da UFRJ

Golpe dentro do golpe é tradição militar muito clara, diz historiador

O "golpe dentro do golpe", citado pelo general Walter Braga Netto em publicação em seu perfil no X (antigo Twitter), já é uma tradição militar muito clara, afirmou Francisco Carlos Teixeira, historiador e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no UOL News de sábado (23).

Para exemplificar, o historiador citou dois episódios ocorridos durante a ditadura militar no Brasil (1964 - 1985).

Eu lembraria ao general Braga Netto que o 'golpe dentro do golpe' não é exatamente um esforço de imaginação criativa, porque os próprios militares fizeram isso quando Costa e Silva, o general, emparedou Castello Branco para manter o sistema autoritário e, em seguida, na sua doença, os militares afastaram o vice-presidente Pedro Aleixo e deram posse a uma junta militar.

E em seguida, quando o general Sylvio Frota tentou derrubar o presidente Geisel por discordar da abertura política. Então, o golpe dentro do golpe é uma tradição militar muito clara.
Francisco Carlos Teixeira, historiador e professor da UFRJ

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Indiciado, Bolsonaro tem pouca chance de ir à posse de Trump, diz professor

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem poucas chances de conseguir uma autorização especial para deixar o país, afirmou Gustavo Sampaio, professor de direito da UFF (Universidade Federal Fluminense), no UOL News de sábado (23).

Bolsonaro, que teve o passaporte retido pela Polícia Federal, afirmou ontem que comparecerá à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 2025.

Depois dessa última quarta-feira, com esse indiciamento, indiciamento por três crimes gravíssimos, incluindo de abolição violenta do Estado de Direito, de tentativa de golpe de Estado, eu creio que agora, diante de toda essa desconfiança, associando-se também a um inquérito já concluído sobre a falsificação dos cartões de vacina e outros inquéritos, eu acredito que a chance do ex-presidente Jair Bolsonaro ter em seu favor uma autorização especial para comparecer aos Estados Unidos diminuiu muito.
Gustavo Sampaio, professor de direito da UFF

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