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Obama pede US$ 3,7 bi para conter migrantes clandestinos

Em Seul

08/07/2013 06h59

WASHINGTON, 08 Jul 2014 (AFP) - O presidente americano, Barack Obama, pediu nesta terça-feira ao Congresso 3,7 bilhões de dólares em fundos especiais para atender a onda de imigrantes clandestinos, sobretudo de crianças centro-americanas, que têm chegado ao país.

Os fundos, superiores ao que a Casa Branca havia anunciado que pediria no fim de junho, ajudaria a atender "de maneira exaustiva a urgente situação humanitária", desencadeada pelas milhares de crianças que deixaram países como Guatemala, Honduras e El Salvador neste ano para cruzar ilegalmente a fronteira sem a companhia de adultos.

O dinheiro seria destinado a várias agências do governo e usado para financiar um aumento de agentes fronteiriços e da vigilância aérea para conter o fluxo migratório.

O governo também pretende reunir mais funcionários de imigração, construir novos centros de detenção, e dispor de recursos para atacar as causas do crescente fluxo migratório, informou Obama.

Um objetivo central é acelerar as deportações, com "prioridade" para os imigrantes que cruzaram a fronteira recentemente, afirmou um alto funcionário da Casa Branca que pediu anonimato. Mas outra funcionária de alto escalão disse ser difícil calcular em que medida esses prazos podem ser reduzidos.

Os recursos serviriam também para expandir o uso de métodos alternativos à detenção, como tornozeleiras eletrônicas, que permitiriam alojar os imigrantes em casas de familiares, e não em custosos e lotados centros de detenção, enquanto seus casos são analisados.

"Estamos tomando medidas não só para proteger o devido processo legal, mas também para deportar os imigrantes eficientemente", disse a funcionária.

Em carta ao presidente da Câmara de Representantes, John Boehner, Obama pediu ao Congresso rapidez na análise do pedido por recursos.



- Difícil aprovação -

Não há garantias de que o plano seja aprovado no Congresso americano, fortemente dividido e cauteloso com os gastos.

Obama "criou este desastre na fronteira e agora pede bilhões de dólares dos contribuintes sem controle nem planejamento para resolvê-lo", disse o congressista republicano Bob Goodlatte, criticando que a proposta não pretende conter a onda migratória.

Na próxima quinta-feira, uma comissão do Senado fará a primeira audiência para avaliar o pedido presidencial. Para a ocasião, espera-se a argumentação do secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson.



- "Os dois lados da fronteira" -

De acordo com o pedido presidencial, o Departamento de Segurança Interna receberia mais de 1,5 bilhão de dólares, incluindo 116 milhões para pagar o transporte dos menores de volta a seus países durante o ano fiscal 2014, que será encerrado em 30 de setembro.

Outros 1,8 bilhão de dólares iria para o Departamento de Saúde, principalmente para atender os menores.

O Departamento de Estado receberia 300 milhões de dólares para repatriar os centro-americanos, combater as causas da migração nos países centro-americanos, como a pobreza e a insegurança, e lançar campanhas enfatizando que os imigrantes clandestinos não conseguirão se estabelecer legalmente nos Estados Unidos.

"Estamos assumindo uma posição agressiva nos dois lados da fronteira", disse a funcionária.

Desde o último mês de outubro mais de 52.000 crianças, na maioria provenientes de El Salvador, Honduras e Guatemala, foram detidas na fronteira dos EUA.

Nesse período, as autoridades deportaram 233.000 imigrantes clandestinos, entre eles 87.000 centro-americanos, segundo a Casa Branca.