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Utah é o 1º Estado dos EUA a considerar pornografia crise de saúde pública

Hannibal Hanschke/Reuters
Imagem: Hannibal Hanschke/Reuters

Em Los Angeles

19/04/2016 20h42

Utah se tornou nesta terça-feira (19) o primeiro Estado americano a declarar a pornografia uma crise de saúde pública, mediante uma resolução impulsionada pelo partido republicano e rejeitada pela indústria.

"A pornografia é uma crise de saúde pública. É um problema descontrolado, que cresce em segredo e em silêncio", explicou o governador republicano Gary R. Herbert em um comunicado enviado à AFP.

"Esta lei abre as portas para a discussão e joga luz sobre os perigos reais", apontou.

O texto, aprovado no mês passado pelos legisladores do Estado, apela para o aumento "da educação, prevenção, investigação e mudanças na sociedade para enfrentar a pornografia como uma epidemia".

"Compreendemos que esta é uma declaração corajosa e que alguns estarão em desacordo, mas estamos aqui para dizer a verdade", manifestou o governador durante a cerimônia no Capitólio de Salt Lake City, a capital de Utah.

"Esperamos que as pessoas ouçam e prestem atenção a esta voz de alerta (...) de que existem riscos para a saúde associados ao consumo de pornografia", explicou.

Herbert também se dirigiu aos jovens, alertando-os de que "existem danos psicológicos e fisiológicos derivados do vício em pornografia".

O senador republicano e autor do texto, Todd Weiler, disse que o Estado "não gasta dinheiro e não proíbe nada". A resolução apela principalmente para a colaboração dos cidadãos para lutar contra o consumo de material pornô.

Mas uma das principais associações a favor do pornô nos Estados Unidos lamentou que a iniciativa de Utah seja anti-progressista e fomente uma tendência negativa no país.

"A resolução de Utah é uma lei de moral antiquada, que não se baseia na ciência", afirmou em um comunicado o porta-voz da Free Speech Coalition, Mike Stabile.

"As afirmações e proibições implícitas remetem aos dias obscuros anteriores à legalização do cinema para adultos e quando o sexo e a sexualidade eram temas que só se discutiam a portas fechadas", acrescentou.

O governador também promulgou uma lei que obriga os informáticos a denunciar à polícia a descoberta de qualquer arquivo que contenha pornografia infantil enquanto trabalham.