Atividade humana ameaça as reservas de água "fóssil" do planeta
Viena, 25 Abr 2017 (AFP) - A atividade humana representa uma ameaça para a pureza das reservas de água conservadas no subsolo durante milênios e que se pensavam eram imunes à poluição, revela um estudo.
Apesar de localizadas a mais de 250 metros da superfície terrestre, a denominada água "fóssil" subterrânea - por ter mais de 12.000 anos - apresenta rastros de água de chuva atual, indica o estudo divulgado nesta terça-feira.
Isto sugere que os poços profundos, que se acreditava que eram capazes de levar apenas água imaculada à superfície, "são vulneráveis aos poluentes derivados de atividades modernas" na superfície, destaca Scott Jasechko, coautor do estudo, da Universidade de Calgary.
A água subterrânea vem da chuva ou do degelo e passa através das camadas rochosas superiores da Terra, em um acúmulo em aquíferos subterrâneos, um processo que pode durar milhares ou até milhões de anos e que formou as maiores reservas de água doce não congelada presente nos continentes.
A água subterrânea chega à superfície através de poços profundos destinados ao consumo humano ou à irrigação e abastece quase um terço das necessidades humanas, incluindo água potável destinada a bilhões de pessoas.
No estudo, apresentado em uma reunião em Viena da União Europeia de Geociências, Jasechko e sua equipe pretendiam determinar a proporção de água subterrânea que tem mais de 12.000 anos.
Para isto, a equipe recorreu à datação de carbono da água "fóssil", ou seja, situada a mais de 250 metros, para diferenciá-la da água mais jovem.
A água mais recente contém mais carbono radioativo por ter ficado exposta à atmosfera terrestre e ao solo contaminado pelos testes nucleares desde os anos 1950.
As águas fósseis, em comparação, permaneceram isoladas sob a terra por muito tempo, sem sofrer alterações provocadas pela atividade humana.
A comparação demonstrou que "uma proporção substancial da água doce do planeta é de idade fóssil, acumulada há mais de 12.000 anos", indicou Jasechko.
"Por contraste, apenas uma pequena proporção de água subterrânea se acumula durante um período de tempo correspondente à vida humana de anos ou décadas".
Os cientistas fizeram em seguida uma estimativa do grau de contaminação potencial.
De modo inesperado, eles concluíram que a água resultante da chuva e da neve atuais "com frequência" se mescla com as reservas fósseis subterrâneas.
Metade dos poços de água subterrânea estudados continha trítio, um isótopo radioativo do hidrogênio encontrado em águas muito mais jovens.
"Esta observação questiona a percepção comum de que as águas subterrâneas são em boa medida imunes à poluição moderna", conclui o estudo, publicado na Nature Geoscience.
Isto significa que os poços de água fóssil, e provavelmente os aquíferos que integram, "são mais vulneráveis aos poluentes modernos do que se pensava anteriormente".
Esta contaminação poderia acontecer por vazamentos em poços ou furos.
"Proteger as fontes de água potável continua sendo um desafio importante para centenas de milhões de indivíduos ao redor do planeta", disse Jasechko.
Apesar de localizadas a mais de 250 metros da superfície terrestre, a denominada água "fóssil" subterrânea - por ter mais de 12.000 anos - apresenta rastros de água de chuva atual, indica o estudo divulgado nesta terça-feira.
Isto sugere que os poços profundos, que se acreditava que eram capazes de levar apenas água imaculada à superfície, "são vulneráveis aos poluentes derivados de atividades modernas" na superfície, destaca Scott Jasechko, coautor do estudo, da Universidade de Calgary.
A água subterrânea vem da chuva ou do degelo e passa através das camadas rochosas superiores da Terra, em um acúmulo em aquíferos subterrâneos, um processo que pode durar milhares ou até milhões de anos e que formou as maiores reservas de água doce não congelada presente nos continentes.
A água subterrânea chega à superfície através de poços profundos destinados ao consumo humano ou à irrigação e abastece quase um terço das necessidades humanas, incluindo água potável destinada a bilhões de pessoas.
No estudo, apresentado em uma reunião em Viena da União Europeia de Geociências, Jasechko e sua equipe pretendiam determinar a proporção de água subterrânea que tem mais de 12.000 anos.
Para isto, a equipe recorreu à datação de carbono da água "fóssil", ou seja, situada a mais de 250 metros, para diferenciá-la da água mais jovem.
A água mais recente contém mais carbono radioativo por ter ficado exposta à atmosfera terrestre e ao solo contaminado pelos testes nucleares desde os anos 1950.
As águas fósseis, em comparação, permaneceram isoladas sob a terra por muito tempo, sem sofrer alterações provocadas pela atividade humana.
A comparação demonstrou que "uma proporção substancial da água doce do planeta é de idade fóssil, acumulada há mais de 12.000 anos", indicou Jasechko.
"Por contraste, apenas uma pequena proporção de água subterrânea se acumula durante um período de tempo correspondente à vida humana de anos ou décadas".
Os cientistas fizeram em seguida uma estimativa do grau de contaminação potencial.
De modo inesperado, eles concluíram que a água resultante da chuva e da neve atuais "com frequência" se mescla com as reservas fósseis subterrâneas.
Metade dos poços de água subterrânea estudados continha trítio, um isótopo radioativo do hidrogênio encontrado em águas muito mais jovens.
"Esta observação questiona a percepção comum de que as águas subterrâneas são em boa medida imunes à poluição moderna", conclui o estudo, publicado na Nature Geoscience.
Isto significa que os poços de água fóssil, e provavelmente os aquíferos que integram, "são mais vulneráveis aos poluentes modernos do que se pensava anteriormente".
Esta contaminação poderia acontecer por vazamentos em poços ou furos.
"Proteger as fontes de água potável continua sendo um desafio importante para centenas de milhões de indivíduos ao redor do planeta", disse Jasechko.
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