Nobel da Paz Liu Xiaobo em estado crítico
Pequim, 10 Jul 2017 (AFP) - O dissidente chinês Liu Xiaobo, de 61 anos, encontra-se em "estado crítico", anunciou nesta segunda-feira (10) o hospital em que o Prêmio Nobel da Paz de 2010 está internado desde que saiu da prisão.
Xiaobo é vítima de um câncer de fígado em fase terminal.
"A equipe nacional de especialistas considera que o paciente se encontra em estado crítico", afirmou o hospital de Shenyang (nordeste da China) em um comunicado.
A equipe médica do Hospital Universitário Nº1 de Shenyang disse que está preparada para transferir Liu Xiaobo para a UTI.
Os últimos exames revelam que o tumor aumentou e que Liu apresenta um quadro de pressão baixa e de insuficiência renal, acrescentou o estabelecimento.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos e familiares acusam o governo chinês de ter esperado que seu estado de saúde piorasse para, então, libertá-lo.
As autoridades garantem que Liu está sendo atendido por renomados oncologistas.
No sábado, o Hospital de Shenyang declarou que o paciente não poderia ser transladado para o exterior, contrariando o desejo de Liu Xiaobo. O Nobel da Paz havia pedido para ser tratado fora da China.
No domingo (9), médicos americanos e alemães que examinaram Liu Xiaobo afirmaram que ele poderia viajar "sem perigo".
Seus partidários afirmam que a declaração alarmista do hospital deve-se ao desejo do regime comunista de impedir que o ativista seja transferido ao exterior.
"Os especialistas estrangeiros disseram que poderiam garantir sua segurança caso fosse transportado rapidamente ao exterior. Se continuarmos a esperar, ele pode entrar coma, a tal ponto que não poderemos mais transportá-lo", observa o dissidente Hu Jia.
"O comunicado do hospital faz parte de uma manobra dilatória: o governo chinês busca, provavelmente, escapar desta situação sem constranger demais o (presidente) Xi Jinping antes do congresso do Partido Comunista", no outono, aponta Patrick Poon, especialista em China para a Anistia Internacional.
Para Ye Du, um dissidente próximo da família de Liu Xiaobo, Pequim pretende manter o opositor político em detenção "até a morte".
"Eles não querem que ele parta para o exterior, porque mesmo que sua vida seja breve, ele poderia se expressar politicamente como Prêmio Nobel, o que teria um impacto negativo sobre o congresso do Partido Comunista e sobre o país. É algo que vão tentar impedir a qualquer custo", explica à AFP.
Mas se o regime chinês não autorizar a sua transferência, "deverá carregar o peso histórico de ter perseguido um prêmio Nobel, como fazem outros regimes autoritários contra seus prisioneiros políticos, como a Coreia do Norte", adverte Poon.
Em 2009, o ativista foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de "subversão" após reivindicar reformas democráticas no país.
Ele foi um dos autores da chamada Carta 08, um manifesto que exigia a realização de eleições livres. Durante a cerimônia de entrega do Nobel em Oslo, em 2010, foi representado por uma cadeira vazia.
Xiaobo é vítima de um câncer de fígado em fase terminal.
"A equipe nacional de especialistas considera que o paciente se encontra em estado crítico", afirmou o hospital de Shenyang (nordeste da China) em um comunicado.
A equipe médica do Hospital Universitário Nº1 de Shenyang disse que está preparada para transferir Liu Xiaobo para a UTI.
Os últimos exames revelam que o tumor aumentou e que Liu apresenta um quadro de pressão baixa e de insuficiência renal, acrescentou o estabelecimento.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos e familiares acusam o governo chinês de ter esperado que seu estado de saúde piorasse para, então, libertá-lo.
As autoridades garantem que Liu está sendo atendido por renomados oncologistas.
No sábado, o Hospital de Shenyang declarou que o paciente não poderia ser transladado para o exterior, contrariando o desejo de Liu Xiaobo. O Nobel da Paz havia pedido para ser tratado fora da China.
No domingo (9), médicos americanos e alemães que examinaram Liu Xiaobo afirmaram que ele poderia viajar "sem perigo".
Seus partidários afirmam que a declaração alarmista do hospital deve-se ao desejo do regime comunista de impedir que o ativista seja transferido ao exterior.
"Os especialistas estrangeiros disseram que poderiam garantir sua segurança caso fosse transportado rapidamente ao exterior. Se continuarmos a esperar, ele pode entrar coma, a tal ponto que não poderemos mais transportá-lo", observa o dissidente Hu Jia.
"O comunicado do hospital faz parte de uma manobra dilatória: o governo chinês busca, provavelmente, escapar desta situação sem constranger demais o (presidente) Xi Jinping antes do congresso do Partido Comunista", no outono, aponta Patrick Poon, especialista em China para a Anistia Internacional.
Para Ye Du, um dissidente próximo da família de Liu Xiaobo, Pequim pretende manter o opositor político em detenção "até a morte".
"Eles não querem que ele parta para o exterior, porque mesmo que sua vida seja breve, ele poderia se expressar politicamente como Prêmio Nobel, o que teria um impacto negativo sobre o congresso do Partido Comunista e sobre o país. É algo que vão tentar impedir a qualquer custo", explica à AFP.
Mas se o regime chinês não autorizar a sua transferência, "deverá carregar o peso histórico de ter perseguido um prêmio Nobel, como fazem outros regimes autoritários contra seus prisioneiros políticos, como a Coreia do Norte", adverte Poon.
Em 2009, o ativista foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de "subversão" após reivindicar reformas democráticas no país.
Ele foi um dos autores da chamada Carta 08, um manifesto que exigia a realização de eleições livres. Durante a cerimônia de entrega do Nobel em Oslo, em 2010, foi representado por uma cadeira vazia.
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