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Casamento milionário é transferido para proteger tartarugas no Chipre

Jason Edwards/National Geographic Creative
Imagem: Jason Edwards/National Geographic Creative

Em Nicósia

07/09/2017 16h04

Um rico casal russo, que queria celebrar seu casamento no Chipre com a apresentação da cantora pop Christina Aguilera, teve que cancelar a festa em uma praia onde as tartarugas marinhas desovam, após protestos de ambientalistas.

A ilha cipriota é uma importante zona de reprodução de duas espécies de tartarugas marinhas presentes no Mediterrâneo e são objeto de medidas de proteção: a tartaruga- verde e a tartaruga-cabeçuda.

A publicação nas redes sociais de várias fotos em que apareciam maquinário pesado junto a filhotes de tartarugas em uma praia de Latchi, no nordeste do Chipre, despertou a ira dos defensores do meio ambiente.

Diante da polêmica provocada pelas imagens, as autoridades que tinham dado a permissão para a instalação de um palco na praia, em frente ao hotel de luxo que organizava a festa, voltaram atrás. A praia é um local protegido no âmbito do programa europeu Natura 2000.

"Foi concedida uma permissão com a ideia de que não se modificaria nada na praia", declarou na quinta-feira à rádio pública a prefeita da região de Pafos, Mary Lambrou.

"Quando vimos o que fizeram, interviemos para que desmontassem a estrutura externa e que a festa se celebrasse no interior", acrescentou.

A estrela pop americana Christina Aguilera, que cantaria para o casal na praia, acabou se apresentando dentro do hotel.

"A preservação das tartarugas em risco prevaleceu e o casamento será celebrado no interior do hotel", tuitou a cantora nesta quarta-feira, após receber várias mensagens de internautas indignados, entre eles um que lamentava que "o meio ambiente fosse posto em risco pelo casamento de um homem muito rico".

"Graças à nossa ação, evitamos um desastre ambiental, que teria salpicado Chipre no mundo inteiro", declarou o deputado ecologista George Perdikis à rádio pública.

A celebração do casamento previsto para durar três dias custou cerca de oito milhões de euros, segundo estimativas da imprensa cipriota.