Em polêmica com atletas, Trump fica na defensiva
Washington, 26 Set 2017 (AFP) - O presidente americano Donald Trump manteve viva nesta segunda-feira a polêmica com os jogadores de futebol americano e sua "falta de respeito" à bandeira, mas adotou uma postura defensiva sobre os aspectos raciais da controvérsia.
No último fim de semana, dezenas de jogadores de todo país repetiram o gesto de ajoelhar durante o hino nacional que antecede as partidas. O ato foi em sinal de protesto a Trump, que sugeriu demitir os jogadores que realizassem a ação.
"O problema de ajoelhar não tem nada a ver com questões raciais. Trata-se de respeito pelo nosso país, nossa bandeira, nosso hino", escreveu Trump no Twitter, nesta segunda.
Horas depois, Trump voltou à polêmica ao tuitar: "o general John Kelly está totalmente de acordo com minha posição sobre o fato de que os jogadores da NFL não devem desrespeitar a nossa bandeira e o nosso grande país".
Em ambiente marcado pela controvérsia sobre o respeito aos símbolos nacionais e à liberdade de expressão, o gesto de ajoelhar tornou-se claro sinal de protesto às injustiças sociais e raciais que ainda marcam a sociedade norte-americana
Na metade do ano passado, o jogador Colin Kaepernick, do San Francisco 49ers, iniciou a polêmica ao realizar o protesto solitário, por conta do assassinato de vários cidadão negros pela mão de policiais brancos.
O gesto se tornou uma forma de protesto contra a brutalidade policial e as injustiças.
Desde então, a polêmica não parou de crescer e se tornou assunto de Estado após Trump sugerir que os torcedores deixassem os estádios diante dos protestos, além da demissão dos atletas envolvidos.
- Discussão delicada -Mas como em toda discussão que Trump interveem com sua retórica incendiária, é difícil distinguir se trata-se de um cuidadoso cálculo político ou apenas de uma reação momentânea.
Do ponto de vista político, a polêmica pode ajudar a eletrizar uma parte do eleitorado de Trump, ligada a símbolos como hino e bandeira, e distrair as atenções das dificuldades enfrentadas no Congresso.
Ainda assim, o caso vai exigir muita sensibilidade da Casa Branca, que há poucas semanas viu Trump em maus lençóis pelas declarações ambíguas sobre a violência de conteúdo racial que estourou em Charlottesville, Virginia.
"Sim, trata-se claramente de questões raciais, da desigualdade que golpeia nossas comunidades", disse o jogador Micael Thomas, do Miami Dolphins, nessa segunda-feira. Para Thomas, "as pessoas vão continuar fazendo suas vozes serem escutadas, continuarão protestando".
Já o célebre jogador de basquete LeBron James não deixou dúvida sobre sua posição na polêmica: "é o povo que dirige o país, não uma pessoa sozinha".
No domingo, mais de 150 jogadores se ajoelharam nos 14 jogos da liga de futebol americano (NFL). Alguns deles optaram por realizar uma corrente, cruzando os braços, durante a execução do hino.
Tradicionalmente, os jogadores colocam a mão sobre o coração durante o hino.
Em um dos jogos, entre Seattle Seahawks e Tennessee Titans, nenhum dos times estava em casa. A partida foi realizada em Londres, como estratégia de internacionalização do esporte.
Em suas mensagens no Twitter, Trump insistiu que "muita gente vaiou os jogadores que ajoelharam no domingo (apesar de ser uma pequena porcentagem do total). São fanáticos que exigem respeito à nossa bandeira!".
Em outra mensagem, parabenizou os torcedores da popular categoria de automobilismo NASCAR: "Eles não aceitam que se falte com respeito ao nosso País e nossa Bandeira", escreveu.
- Unidade no protesto -Nesta polêmica, Trump parece ter ficado isolado até mesmo dos atletas que estavam ao seu lado. O famoso "quarterback" Tom Brady, que esteve próximo ao presidente durante algum tempo, deixou claro que não concordava com a posição do presidente.
"Estou claramente em desacordo com o que disse. Acho que simplesmente cria mais divisão", comentou o jogador dos Patriots de New England.
Em editorial, o jornal Wall Street Journal indicou que Trump "conseguiu consolidar a unidade dos jogadores e dos proprietários dos clubes contra o presidente, apesar de vários deles terem apoiado a campanha eleitoral".
Além disso, a crueldade do discurso de Trump sobre o tema surpreendeu a todos.
Apesar de não se referir diretamente a Kaepernick, que atualmente não tem clube, Trump não escondeu sua irritação.
"Vocês não gostariam de ver um desses donos de clubes dizer, quando alguém falta com o respeito à nossa bandeira, 'tirem esse filho da puta do campo agora mesmo. Fora! Está demitido!?'", disse o presidente.
Nesta segunda, ao ser questionada se era apropriado o presidente chamar uma pessoa que protesta da "filho da puta", a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee, disse que "é apropriado que o presidente se manifeste em defesa da bandeira e do hino".
No último fim de semana, dezenas de jogadores de todo país repetiram o gesto de ajoelhar durante o hino nacional que antecede as partidas. O ato foi em sinal de protesto a Trump, que sugeriu demitir os jogadores que realizassem a ação.
"O problema de ajoelhar não tem nada a ver com questões raciais. Trata-se de respeito pelo nosso país, nossa bandeira, nosso hino", escreveu Trump no Twitter, nesta segunda.
Horas depois, Trump voltou à polêmica ao tuitar: "o general John Kelly está totalmente de acordo com minha posição sobre o fato de que os jogadores da NFL não devem desrespeitar a nossa bandeira e o nosso grande país".
Em ambiente marcado pela controvérsia sobre o respeito aos símbolos nacionais e à liberdade de expressão, o gesto de ajoelhar tornou-se claro sinal de protesto às injustiças sociais e raciais que ainda marcam a sociedade norte-americana
Na metade do ano passado, o jogador Colin Kaepernick, do San Francisco 49ers, iniciou a polêmica ao realizar o protesto solitário, por conta do assassinato de vários cidadão negros pela mão de policiais brancos.
O gesto se tornou uma forma de protesto contra a brutalidade policial e as injustiças.
Desde então, a polêmica não parou de crescer e se tornou assunto de Estado após Trump sugerir que os torcedores deixassem os estádios diante dos protestos, além da demissão dos atletas envolvidos.
- Discussão delicada -Mas como em toda discussão que Trump interveem com sua retórica incendiária, é difícil distinguir se trata-se de um cuidadoso cálculo político ou apenas de uma reação momentânea.
Do ponto de vista político, a polêmica pode ajudar a eletrizar uma parte do eleitorado de Trump, ligada a símbolos como hino e bandeira, e distrair as atenções das dificuldades enfrentadas no Congresso.
Ainda assim, o caso vai exigir muita sensibilidade da Casa Branca, que há poucas semanas viu Trump em maus lençóis pelas declarações ambíguas sobre a violência de conteúdo racial que estourou em Charlottesville, Virginia.
"Sim, trata-se claramente de questões raciais, da desigualdade que golpeia nossas comunidades", disse o jogador Micael Thomas, do Miami Dolphins, nessa segunda-feira. Para Thomas, "as pessoas vão continuar fazendo suas vozes serem escutadas, continuarão protestando".
Já o célebre jogador de basquete LeBron James não deixou dúvida sobre sua posição na polêmica: "é o povo que dirige o país, não uma pessoa sozinha".
No domingo, mais de 150 jogadores se ajoelharam nos 14 jogos da liga de futebol americano (NFL). Alguns deles optaram por realizar uma corrente, cruzando os braços, durante a execução do hino.
Tradicionalmente, os jogadores colocam a mão sobre o coração durante o hino.
Em um dos jogos, entre Seattle Seahawks e Tennessee Titans, nenhum dos times estava em casa. A partida foi realizada em Londres, como estratégia de internacionalização do esporte.
Em suas mensagens no Twitter, Trump insistiu que "muita gente vaiou os jogadores que ajoelharam no domingo (apesar de ser uma pequena porcentagem do total). São fanáticos que exigem respeito à nossa bandeira!".
Em outra mensagem, parabenizou os torcedores da popular categoria de automobilismo NASCAR: "Eles não aceitam que se falte com respeito ao nosso País e nossa Bandeira", escreveu.
- Unidade no protesto -Nesta polêmica, Trump parece ter ficado isolado até mesmo dos atletas que estavam ao seu lado. O famoso "quarterback" Tom Brady, que esteve próximo ao presidente durante algum tempo, deixou claro que não concordava com a posição do presidente.
"Estou claramente em desacordo com o que disse. Acho que simplesmente cria mais divisão", comentou o jogador dos Patriots de New England.
Em editorial, o jornal Wall Street Journal indicou que Trump "conseguiu consolidar a unidade dos jogadores e dos proprietários dos clubes contra o presidente, apesar de vários deles terem apoiado a campanha eleitoral".
Além disso, a crueldade do discurso de Trump sobre o tema surpreendeu a todos.
Apesar de não se referir diretamente a Kaepernick, que atualmente não tem clube, Trump não escondeu sua irritação.
"Vocês não gostariam de ver um desses donos de clubes dizer, quando alguém falta com o respeito à nossa bandeira, 'tirem esse filho da puta do campo agora mesmo. Fora! Está demitido!?'", disse o presidente.
Nesta segunda, ao ser questionada se era apropriado o presidente chamar uma pessoa que protesta da "filho da puta", a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee, disse que "é apropriado que o presidente se manifeste em defesa da bandeira e do hino".
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