Explosão é a causa provável de desaparecimento do submarino argentino
Mar del Plata, Argentina, 23 Nov 2017 (AFP) - A Armada Argentina (Marinha de Guerra) confirmou nesta quinta-feira um ruído compatível com uma explosão na área do Atlântico onde se encontrava o submarino "ARA San Juan", desaparecido com 44 tripulantes a bordo desde 15 de novembro.
Tratou-se de "um evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear consistente com uma explosão", afirmou o porta-voz da Armada, Enrique Balbi, em coletiva de imprensa em Buenos Aires.
Questionado por um jornalista, admitiu que houve "uma explosão" nessa zona do Atlântico.
O relatório coincide com a informação recebida dos Estados Unidos na quarta-feira a respeito de uma "anomalia hidroacústica detectada na quarta-feira, 15 de novembro, às 10H31" (11H31 de Brasília)", cerca de três horas após a última comunicação do ARA San Juan" com sua base.
A notícia provocou reações de angústia e revolta na base naval de Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, onde os familiares foram informados antes da coletiva de imprensa.
Alguns choravam enquanto outros se abraçavam, desconsolados.
"Sinto-me enganada! São perversos e nos manipularam", reagiu enfurecida Italí Leguizamón, advogada e esposa de um tripulante, ao sair da base.
"Não nos disseram que estão mortos, mas dizem que o submarino está a 3.000 metros (de profundidade). O que se pode entender?!", declarou, muito alterada.
"Nem terminaram de ler (o relatório aos familiares), a gente saltou" nas autoridades, relatou.
A confirmação da explosão se deu por meio de um relatório do embaixador argentino da Áustria.
"O embaixador também é membro de uma organização de controle de testes nucleares que conta com uma rede para detectar a realização de testes nucleares", segundo indicou o porta-voz da Armada.
A confirmação de uma explosão coincide com as hipóteses levantadas de que o submarino sofreu um acidente repentino logo após sua última comunicação, quando avisou a base sobre uma avaria nas baterias.
Uma explosão repentina em imersão poderia explicar a ausência de sinais de emergência, como liberar balsas, ou radiobalizas para ajudar no resgate, como indicam os procedimentos navais habituais.
A explosão aconteceu na quarta-feira 15 de novembro, quase três horas depois da última comunicação, "30 milhas ao norte de onde foi feito o contato e no caminho para Mar del Plata", segundo Balbi.
Com a participação de 13 países, as buscas na superfície e em profundidade não apresentaram resultados, apesar das várias pistas apontadas e depois descartadas.
Balbi explicou que se um submarino sofre uma explosão, "suas partes não flutuam na superfície".
Quando um submarino "implode, não há nada que venha" à superfície, disse ele.
- Hipóteses -"Um grave problema com as baterias pode gerar hidrogênio. Hidrogênio acima de um certo percentual é explosivo. Explode por si mesmo. Se aconteceu uma explosão.... então tudo está perdido", disse à AFP um ex-comandante de submarino que pediu anonimato.
Sete dias de intensas tempestades na zona de busca provocaram a esperança de que o capitão do submarino poderia ter optado por assegurar a navegação submerso, ao invés de emergir como indica o protocolo quando se perde toda a comunicação com as bases em terra.
Considera-se praticamente descartado que o submarino tenha mantido a possibilidade de propulsão, já que não foi localizado na rota que deveria seguir, de Ushuaia, no extremo austral do país, até o porto de Mar del Plata, aonde deveria ter chegado entre domingo e segunda-feira.
"A questão do hidrogênio é sempre preocupante neste tipo de veículo. E nesses submarinos os motores são elétricos", explicou à AFP Gustavo Mauvecin, diretor do Centro de Medicina Hiperbárica de Mar del Plata.
O San Juan "tem 500 toneladas de baterias, com ácido de chumbo, libera hidrogênio se houver uma sobrecarga na bateria. O hidrogênio em contato com oxigênio é explosivo", disse ele.
As baterias do submarino são de "15.000 amps e 300 volts, é uma explosão instantânea", ressaltou Mauvecin.
O "ruído" foi detectado a 400 km da costa e 60 km ao norte da última posição comunicada pelo submarino.
As buscas se intensificaram nesta zona com navios oceanográficos com sondas de varredura e aviões com detectores magnéticos.
Cerca de 4.000 efetivos procuram o "ARA San Juan" em navios e aviões da Argentina, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai.
A Rússia também prometeu apoio na quarta-feira após uma comunicação com o presidente Maurício Macri.
Os Estados Unidos enviaram duas cápsulas de resgate submarino que chegaram ao porto de Comodoro Rivadavia (1.750 km ao sul de Buenos Aires) para serem utilizadas em um provável resgate em profundidade.
Um hospital de Comodoro Rivadavia foi colocado em alerta para receber os submarinistas em caso de resgate.
Tratou-se de "um evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear consistente com uma explosão", afirmou o porta-voz da Armada, Enrique Balbi, em coletiva de imprensa em Buenos Aires.
Questionado por um jornalista, admitiu que houve "uma explosão" nessa zona do Atlântico.
O relatório coincide com a informação recebida dos Estados Unidos na quarta-feira a respeito de uma "anomalia hidroacústica detectada na quarta-feira, 15 de novembro, às 10H31" (11H31 de Brasília)", cerca de três horas após a última comunicação do ARA San Juan" com sua base.
A notícia provocou reações de angústia e revolta na base naval de Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, onde os familiares foram informados antes da coletiva de imprensa.
Alguns choravam enquanto outros se abraçavam, desconsolados.
"Sinto-me enganada! São perversos e nos manipularam", reagiu enfurecida Italí Leguizamón, advogada e esposa de um tripulante, ao sair da base.
"Não nos disseram que estão mortos, mas dizem que o submarino está a 3.000 metros (de profundidade). O que se pode entender?!", declarou, muito alterada.
"Nem terminaram de ler (o relatório aos familiares), a gente saltou" nas autoridades, relatou.
A confirmação da explosão se deu por meio de um relatório do embaixador argentino da Áustria.
"O embaixador também é membro de uma organização de controle de testes nucleares que conta com uma rede para detectar a realização de testes nucleares", segundo indicou o porta-voz da Armada.
A confirmação de uma explosão coincide com as hipóteses levantadas de que o submarino sofreu um acidente repentino logo após sua última comunicação, quando avisou a base sobre uma avaria nas baterias.
Uma explosão repentina em imersão poderia explicar a ausência de sinais de emergência, como liberar balsas, ou radiobalizas para ajudar no resgate, como indicam os procedimentos navais habituais.
A explosão aconteceu na quarta-feira 15 de novembro, quase três horas depois da última comunicação, "30 milhas ao norte de onde foi feito o contato e no caminho para Mar del Plata", segundo Balbi.
Com a participação de 13 países, as buscas na superfície e em profundidade não apresentaram resultados, apesar das várias pistas apontadas e depois descartadas.
Balbi explicou que se um submarino sofre uma explosão, "suas partes não flutuam na superfície".
Quando um submarino "implode, não há nada que venha" à superfície, disse ele.
- Hipóteses -"Um grave problema com as baterias pode gerar hidrogênio. Hidrogênio acima de um certo percentual é explosivo. Explode por si mesmo. Se aconteceu uma explosão.... então tudo está perdido", disse à AFP um ex-comandante de submarino que pediu anonimato.
Sete dias de intensas tempestades na zona de busca provocaram a esperança de que o capitão do submarino poderia ter optado por assegurar a navegação submerso, ao invés de emergir como indica o protocolo quando se perde toda a comunicação com as bases em terra.
Considera-se praticamente descartado que o submarino tenha mantido a possibilidade de propulsão, já que não foi localizado na rota que deveria seguir, de Ushuaia, no extremo austral do país, até o porto de Mar del Plata, aonde deveria ter chegado entre domingo e segunda-feira.
"A questão do hidrogênio é sempre preocupante neste tipo de veículo. E nesses submarinos os motores são elétricos", explicou à AFP Gustavo Mauvecin, diretor do Centro de Medicina Hiperbárica de Mar del Plata.
O San Juan "tem 500 toneladas de baterias, com ácido de chumbo, libera hidrogênio se houver uma sobrecarga na bateria. O hidrogênio em contato com oxigênio é explosivo", disse ele.
As baterias do submarino são de "15.000 amps e 300 volts, é uma explosão instantânea", ressaltou Mauvecin.
O "ruído" foi detectado a 400 km da costa e 60 km ao norte da última posição comunicada pelo submarino.
As buscas se intensificaram nesta zona com navios oceanográficos com sondas de varredura e aviões com detectores magnéticos.
Cerca de 4.000 efetivos procuram o "ARA San Juan" em navios e aviões da Argentina, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai.
A Rússia também prometeu apoio na quarta-feira após uma comunicação com o presidente Maurício Macri.
Os Estados Unidos enviaram duas cápsulas de resgate submarino que chegaram ao porto de Comodoro Rivadavia (1.750 km ao sul de Buenos Aires) para serem utilizadas em um provável resgate em profundidade.
Um hospital de Comodoro Rivadavia foi colocado em alerta para receber os submarinistas em caso de resgate.
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