Primeiro mês de violência em Mianmar deixou 6.700 rohingyas mortos
Ao menos 6.700 muçulmanos rohingyas morreram no primeiro mês - iniciado em agosto - de repressão do exército de Mianmar contra os rebeldes no Estado de Rakhine, oeste do país, anunciou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Pelo menos 6.700 rohingyas, segundo as estimativas mais conservadoras, morreram, incluindo 730 crianças de menos de cinco anos", afirmou a ONG, que obteve os dados com os refugiados em Bangladesh.
"O número de mortes está subestimado", declarou o médico Sidney Wong, diretor da MSF, que entrevistou mais de 11.000 refugiados em Bangladesh.
Mais de 640.000 rohingyas se refugiaram em Bangladesh desde o fim de agosto para fugir da repressão, classificada como "limpeza étnica" pela ONU.
Até o momento, as Forças Armadas birmanesas registravam a morte de 400 "terroristas", que segundo o governo de Mianmar foram responsáveis por desencadear a violência no fim agosto.
A investigação da MSF envolve apenas o primeiro mês de violência, mas o êxodo rohingya continua e as pessoas em fuga afirmam que sofreram violências nas últimas semanas, indicou a organização humanitária.
"Nós ouvimos as pessoas que contaram que famílias inteiras morreram presas em suas casas incendiadas pelos militares", afirmou Wong.
A investigação da MSF estabeleceu que 69% das vítimas foram assassinadas a tiros, 9% queimadas vivas e 5% com agressões.
A campanha de repressão do exército birmanês começou em 25 de agosto, após o ataque a vários postos na fronteira por parte do grupo rebelde Exército de Salvação dos Rohingyas de Arakan (Arsa).
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