PIB é um indicador antiquado e pouco confiável
Davos, Suíça, 26 Jan 2018 (AFP) - O Produto Interno Bruto (PIB), um indicador que pode derrubar governos, ou vencer eleições, é um instrumento antiquado e pouco confiável, que incita um crescimento desenfreado, sem considerar as desigualdades - apontam economistas.
O debate sobre sua utilidade e a necessidade de substituí-lo ganhou força nos últimos anos e veio à tona no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) de Davos.
"Está surgindo um consenso para dizer que as estatísticas que se usaram até agora não funcionam mais", explicou à AFP a economista britânica Diane Coyle, da Universidade de Manchester.
Muitos especialistas defendem alternativas, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), uma iniciativa da ONU.
A ideia de Coyle e de outros economistas é somar aos dados econômicos brutos - os únicos considerados no PIB - outros sistemas de medição da educação, de aptidões pessoais, ou do "capital intangível", como os dados, ou as patentes produzidos por um país.
Também precisariam ser incluídos aspectos sobre a qualidade do meio ambiente e o "capital social", que mede a união, ou a divisão, de um país.
As novas tecnologias dificultam ainda mais o cálculo da riqueza. Recursos como a Wikipédia, acessíveis no mundo todo, não têm nenhum valor no cálculo do PIB.
Este índice tampouco inclui o mercado negro, importante fonte de renda em muitas regiões do mundo, nem pode medir a distribuição de riqueza dentro de um único país.
A consequência é que um PIB crescente não é sempre sinônimo de que a riqueza beneficie a todos.
O PIB foi criado em 1934 pelo economista Simon Kuznets para ajudar os Estados Unidos após a Grande Depressão e mede o valor dos bens e serviços produzidos em um país.
- Noruega, país mais rico do mundo? -"Temos que encontrar um novo mecanismo para incluir partes muito maiores da população e usar sistemas diferentes para medir o sucesso de um país", opinou Inga Beale, diretora-executiva do Lloyd's of London, maior mercado de seguros do mundo, à emissora CNBC.
O PIB é considerado um instrumento rudimentar para medir o crescimento e despertou críticas de prêmios Nobel de economia, como Joseph Stiglitz e Amartya Sen, e da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
Contudo, o índice continua a reinar em alguns países, como a China, onde virou símbolo de sua riqueza crescente.
Após décadas de crescimento instável, o gigante asiático é hoje a segunda maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, segundo seu PIB - algo que também lhe confere prestígio e poder na esfera internacional.
Muitos economistas propõem a inclusão do fator humano.
Em Davos, onde foi celebrado nesta semana o WEF, foi proposto um novo Índice Inclusivo de Desenvolvimento, com aspectos ambientais.
Segundo esse índice, a Noruega é o país mais rico do mundo, em um top 10 que inclui pequenas nações europeias e a Austrália. Nesta medição, os Estados Unidos ocupam o 23º lugar, e a China, o 26º.
Segundo a professora Diane Coyle, não é preciso que os países mudem drasticamente seus sistemas de cálculo da riqueza para considerar aspectos ligados ao meio ambiente.
"Basta respirar o ar em Pequim para se dar conta dos custos", completou.
O debate sobre sua utilidade e a necessidade de substituí-lo ganhou força nos últimos anos e veio à tona no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) de Davos.
"Está surgindo um consenso para dizer que as estatísticas que se usaram até agora não funcionam mais", explicou à AFP a economista britânica Diane Coyle, da Universidade de Manchester.
Muitos especialistas defendem alternativas, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), uma iniciativa da ONU.
A ideia de Coyle e de outros economistas é somar aos dados econômicos brutos - os únicos considerados no PIB - outros sistemas de medição da educação, de aptidões pessoais, ou do "capital intangível", como os dados, ou as patentes produzidos por um país.
Também precisariam ser incluídos aspectos sobre a qualidade do meio ambiente e o "capital social", que mede a união, ou a divisão, de um país.
As novas tecnologias dificultam ainda mais o cálculo da riqueza. Recursos como a Wikipédia, acessíveis no mundo todo, não têm nenhum valor no cálculo do PIB.
Este índice tampouco inclui o mercado negro, importante fonte de renda em muitas regiões do mundo, nem pode medir a distribuição de riqueza dentro de um único país.
A consequência é que um PIB crescente não é sempre sinônimo de que a riqueza beneficie a todos.
O PIB foi criado em 1934 pelo economista Simon Kuznets para ajudar os Estados Unidos após a Grande Depressão e mede o valor dos bens e serviços produzidos em um país.
- Noruega, país mais rico do mundo? -"Temos que encontrar um novo mecanismo para incluir partes muito maiores da população e usar sistemas diferentes para medir o sucesso de um país", opinou Inga Beale, diretora-executiva do Lloyd's of London, maior mercado de seguros do mundo, à emissora CNBC.
O PIB é considerado um instrumento rudimentar para medir o crescimento e despertou críticas de prêmios Nobel de economia, como Joseph Stiglitz e Amartya Sen, e da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
Contudo, o índice continua a reinar em alguns países, como a China, onde virou símbolo de sua riqueza crescente.
Após décadas de crescimento instável, o gigante asiático é hoje a segunda maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, segundo seu PIB - algo que também lhe confere prestígio e poder na esfera internacional.
Muitos economistas propõem a inclusão do fator humano.
Em Davos, onde foi celebrado nesta semana o WEF, foi proposto um novo Índice Inclusivo de Desenvolvimento, com aspectos ambientais.
Segundo esse índice, a Noruega é o país mais rico do mundo, em um top 10 que inclui pequenas nações europeias e a Austrália. Nesta medição, os Estados Unidos ocupam o 23º lugar, e a China, o 26º.
Segundo a professora Diane Coyle, não é preciso que os países mudem drasticamente seus sistemas de cálculo da riqueza para considerar aspectos ligados ao meio ambiente.
"Basta respirar o ar em Pequim para se dar conta dos custos", completou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.