Todos querem água, mas quem vai pagar por ela?
Brasília, 22 Mar 2018 (AFP) - Água é sinônimo de vida. Um recurso tão fundamental que a ONU estabeleceu que o acesso ao líquido é um direito humano. E é gratuita. Mas obter, transportar e prepará-la até que alcance a torneira tem um custo.
"A comida é uma necessidade humana e todos entendem que é necessário pagar pelos alimentos. Mas isto não está claro no momento de pagar pela água", afirmou Guangzhe Chen, diretor de práticas globais da água no Banco Mundial, em uma apresentação durante o 8º Fórum Mundial da Água em Brasília.
Chen concordou com outros especialistas sobre o reduzido custo da água como serviço público nas cidades e disse que um aumento poderia atrair investidores sedentos por lucro.
O déficit em investimentos de infraestrutura a área é imenso, algo entre 150 e 350 bilhões de dólares, de acordo com um cálculo conservador publicado por Alex Money, professor de Oxford, que assinou o relatório do Fórum.
Money incluiu em sua conta teórica o cumprimento do capítulo sobre a água incluído nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que abordam os grandes desafios do planeta.
A meta de garantir a disponibilidade de água e saneamento para toda a humanidade não é simples, em um mundo onde mais de dois bilhões de pessoas vivem em zonas com estresse hídrico.
"Há muito por fazer", resumiu Money.
"Os investidores perguntam: Qual a taxa de retorno? Mas a questão passa por saber qual é o risco de não alcançar os objetivos e este não é necessariamente um risco financeiro, e sim de toda a agenda (de desenvolvimento)", advertiu.
Chen e Money discursaram durante o evento que reúne chefes de Estado, governantes, cientistas e ambientalistas.
Os dois dividiram um painel com Kathleen Dominique, economista especializada em meio ambiente da OCDE, que propôs a exploração de uma combinação de capitais públicos - hegemônicos no setor - e privados. E começar a pensar em projetos de menor escala, mais baratos, que possam ser ampliados.
"Há muito para aprender com outros setores, como energia e agricultura. A água é sistematicamente desvalorizada e o mesmo acontece com seu preço" disse.
A falta de dinheiro para construir as muitas vezes caras estruturas para o abastecimento de água potável e as possibilidades de captar dinheiro do setor privado são questões centrais dos debates.
Xavier Leflaive, especialista em economia aplicada à água da OCDE, citou as respostas "verdes", inspiradas na natureza, foco do relatório da ONU que serviu de ponto de partida para o evento.
A ONU propôs diversificar as obras de engenharia e apostar em políticas de conservação, como as aplicadas por Nova York, que paga aos agricultores que menos contaminam, em troca de água mais limpa e menos gastos com tratamentos.
"Proporcionam melhor flexibilidade, mas nem sempre são baratas. Quando mais envelhece, mais a infraestrutura verde gera benefícios. Essa é outra maneira de se beneficiar da infraestrutura da natureza", disse Leflaive.
"A comida é uma necessidade humana e todos entendem que é necessário pagar pelos alimentos. Mas isto não está claro no momento de pagar pela água", afirmou Guangzhe Chen, diretor de práticas globais da água no Banco Mundial, em uma apresentação durante o 8º Fórum Mundial da Água em Brasília.
Chen concordou com outros especialistas sobre o reduzido custo da água como serviço público nas cidades e disse que um aumento poderia atrair investidores sedentos por lucro.
O déficit em investimentos de infraestrutura a área é imenso, algo entre 150 e 350 bilhões de dólares, de acordo com um cálculo conservador publicado por Alex Money, professor de Oxford, que assinou o relatório do Fórum.
Money incluiu em sua conta teórica o cumprimento do capítulo sobre a água incluído nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que abordam os grandes desafios do planeta.
A meta de garantir a disponibilidade de água e saneamento para toda a humanidade não é simples, em um mundo onde mais de dois bilhões de pessoas vivem em zonas com estresse hídrico.
"Há muito por fazer", resumiu Money.
"Os investidores perguntam: Qual a taxa de retorno? Mas a questão passa por saber qual é o risco de não alcançar os objetivos e este não é necessariamente um risco financeiro, e sim de toda a agenda (de desenvolvimento)", advertiu.
Chen e Money discursaram durante o evento que reúne chefes de Estado, governantes, cientistas e ambientalistas.
Os dois dividiram um painel com Kathleen Dominique, economista especializada em meio ambiente da OCDE, que propôs a exploração de uma combinação de capitais públicos - hegemônicos no setor - e privados. E começar a pensar em projetos de menor escala, mais baratos, que possam ser ampliados.
"Há muito para aprender com outros setores, como energia e agricultura. A água é sistematicamente desvalorizada e o mesmo acontece com seu preço" disse.
A falta de dinheiro para construir as muitas vezes caras estruturas para o abastecimento de água potável e as possibilidades de captar dinheiro do setor privado são questões centrais dos debates.
Xavier Leflaive, especialista em economia aplicada à água da OCDE, citou as respostas "verdes", inspiradas na natureza, foco do relatório da ONU que serviu de ponto de partida para o evento.
A ONU propôs diversificar as obras de engenharia e apostar em políticas de conservação, como as aplicadas por Nova York, que paga aos agricultores que menos contaminam, em troca de água mais limpa e menos gastos com tratamentos.
"Proporcionam melhor flexibilidade, mas nem sempre são baratas. Quando mais envelhece, mais a infraestrutura verde gera benefícios. Essa é outra maneira de se beneficiar da infraestrutura da natureza", disse Leflaive.
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