UE convoca seu embaixador na Rússia para consultas
Bruxelas, 23 Mar 2018 (AFP) - Os chefes de Estado europeus decidiram chamar para consultas o embaixador da União Europeia na Rússia pelo ataque com gás nervoso contra um ex-espião russo em solo britânico, que Londres atribui à Moscou, indicou uma fonte europeia na madrugada desta sexta-feira.
"Os líderes acordaram retirar o embaixador da UE de Moscou para consultas", disse à AFP esta fonte, que classificou a ação como "uma demonstração de intenções". Os mandatários consideraram também "muito provável" que Moscou esteja por trás do ataque, o que a Rússia nega.
Segundo a fonte europeia, alguns países da União Europeia consideram expulsar diplomatas russos, como fez o Reino Unido.
"Alguns países estão estudando a possibilidade de expulsar diplomatas russos ou de chamar seus diplomatas nacionais para consultas", indicou a fonte, ao final do dia de trabalho dos líderes europeus na cúpula de Bruxelas.
Desde o ataque de 4 de março contra Serguei Skripal e sua filha, Yulia, considerado o primeiro uso de um agente neurotóxico nas ruas da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, Londres e Moscou travam uma dura guerra de declarações.
"O Conselho Europeu está de acordo com o governo do Reino Unido de que é muito provável que a Rússia seja responsável pelo ataque" ocorrido na cidade inglesa de Salisbury, "e que não há outra explicação plausível", declarou seu presidente, Donald Tusk, durante a reunião em Bruxelas.
A declaração de Tusk foi feita depois de May informar a seus 27 sócios sobre os últimos avanços na investigação do envenenamento sofrido por Serguei Skripal, um ex-agente russo, e Yulia.
May, que chegou a Bruxelas com a intenção de reunir um apoio unânime da União Europeia (UE), alertou sobre a "ameaça" representada pela Rússia para todo o bloco. Este ataque "faz parte de um padrão de agressão russa contra a Europa e seus vizinhos próximos, dos Bálcãs ocidentais até o Oriente Médio", sustentou.
A primeira-ministra do Reino Unido, que também faz parte da Otan junto com a maioria dos países do bloco, previu inclusive que a ameaça continuará "nos próximos anos", muito depois de o Reino Unido sair da UE, em 2019, após o Brexit.
- Uma 'mensagem forte' -Após uma reunião tripartidária com May, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam uma "mensagem forte" diante do ataque.
A França estaria disposta, se May desejar, a ser mais explícita em seu apoio ao Reino Unido e, inclusive, a adotar eventuais medidas em coordenação com outros países europeus, indicou uma fonte do Eliseu, sem detalhar que ações poderiam ser tomadas.
Alguns países europeus avaliam seguir o exemplo do Reino Unido e expulsar diplomatas russos, ou chamar seus próprios diplomatas para consultas, revelou um funcionário europeu.
O Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos em represália ao ataque, o que levou a Rússia a determinar a saída de 23 diplomatas britânicos, a fechar um consulado e a suspender as atividades do British Council.
Mas alguns Estados como Itália, Grécia e Áustria, que não querem tensionar mais a relação com Moscou, se mostram reticentes a adotar uma posição mais firme.
"Devemos expressar nossa solidariedade com o Reino Unido, mas, ao mesmo tempo (...), devemos ser muito responsáveis na gestão desse caso", declarou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
Os europeus preveem abordar a relação com a Rússia durante uma reunião de chanceleres em meados de abril em Luxemburgo.
Para isso, poderiam contar com os resultados obtidos da análise do sangue de Skripal e de sua filha, que atualmente se encontram em estado crítico. Um juiz britânico autorizou nesta quinta-feira sua extração para análise por especialistas em armas químicas.
- Escalada de tensões -Este ataque provocou uma escalada das tensões entre Londres e Moscou. O último episódio foi protagonizado pelo ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, que comparou a Copa do Mundo da Rússia-2018 aos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, que estava sob o comando de Adolf Hitler, um paralelo tachado pela Rússia de "asqueroso".
Os torcedores ingleses estarão "seguros" na Rússia apesar da crise latente entre Londres e Moscou, assegurou o embaixador russo em Londres, Alexander Yakovenko, em uma tentativa de acalmar os ânimos.
Enquanto isso, em Moscou, o presidente Vladimir Putin reuniu nesta quinta o seu conselho de Segurança e abordou "a política pouco amistosa e provocadora do Reino Unido com a Rússia", segundo um comunicado do Kremlin.
A Rússia, que já é alvo de sanções econômicas por seu envolvimento no conflito na Ucrânia, nega estar envolvida no envenenamento e chegou a insinuar que o ataque foi uma "encenação" das autoridades britânicas.
"Os líderes acordaram retirar o embaixador da UE de Moscou para consultas", disse à AFP esta fonte, que classificou a ação como "uma demonstração de intenções". Os mandatários consideraram também "muito provável" que Moscou esteja por trás do ataque, o que a Rússia nega.
Segundo a fonte europeia, alguns países da União Europeia consideram expulsar diplomatas russos, como fez o Reino Unido.
"Alguns países estão estudando a possibilidade de expulsar diplomatas russos ou de chamar seus diplomatas nacionais para consultas", indicou a fonte, ao final do dia de trabalho dos líderes europeus na cúpula de Bruxelas.
Desde o ataque de 4 de março contra Serguei Skripal e sua filha, Yulia, considerado o primeiro uso de um agente neurotóxico nas ruas da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, Londres e Moscou travam uma dura guerra de declarações.
"O Conselho Europeu está de acordo com o governo do Reino Unido de que é muito provável que a Rússia seja responsável pelo ataque" ocorrido na cidade inglesa de Salisbury, "e que não há outra explicação plausível", declarou seu presidente, Donald Tusk, durante a reunião em Bruxelas.
A declaração de Tusk foi feita depois de May informar a seus 27 sócios sobre os últimos avanços na investigação do envenenamento sofrido por Serguei Skripal, um ex-agente russo, e Yulia.
May, que chegou a Bruxelas com a intenção de reunir um apoio unânime da União Europeia (UE), alertou sobre a "ameaça" representada pela Rússia para todo o bloco. Este ataque "faz parte de um padrão de agressão russa contra a Europa e seus vizinhos próximos, dos Bálcãs ocidentais até o Oriente Médio", sustentou.
A primeira-ministra do Reino Unido, que também faz parte da Otan junto com a maioria dos países do bloco, previu inclusive que a ameaça continuará "nos próximos anos", muito depois de o Reino Unido sair da UE, em 2019, após o Brexit.
- Uma 'mensagem forte' -Após uma reunião tripartidária com May, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam uma "mensagem forte" diante do ataque.
A França estaria disposta, se May desejar, a ser mais explícita em seu apoio ao Reino Unido e, inclusive, a adotar eventuais medidas em coordenação com outros países europeus, indicou uma fonte do Eliseu, sem detalhar que ações poderiam ser tomadas.
Alguns países europeus avaliam seguir o exemplo do Reino Unido e expulsar diplomatas russos, ou chamar seus próprios diplomatas para consultas, revelou um funcionário europeu.
O Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos em represália ao ataque, o que levou a Rússia a determinar a saída de 23 diplomatas britânicos, a fechar um consulado e a suspender as atividades do British Council.
Mas alguns Estados como Itália, Grécia e Áustria, que não querem tensionar mais a relação com Moscou, se mostram reticentes a adotar uma posição mais firme.
"Devemos expressar nossa solidariedade com o Reino Unido, mas, ao mesmo tempo (...), devemos ser muito responsáveis na gestão desse caso", declarou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
Os europeus preveem abordar a relação com a Rússia durante uma reunião de chanceleres em meados de abril em Luxemburgo.
Para isso, poderiam contar com os resultados obtidos da análise do sangue de Skripal e de sua filha, que atualmente se encontram em estado crítico. Um juiz britânico autorizou nesta quinta-feira sua extração para análise por especialistas em armas químicas.
- Escalada de tensões -Este ataque provocou uma escalada das tensões entre Londres e Moscou. O último episódio foi protagonizado pelo ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, que comparou a Copa do Mundo da Rússia-2018 aos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, que estava sob o comando de Adolf Hitler, um paralelo tachado pela Rússia de "asqueroso".
Os torcedores ingleses estarão "seguros" na Rússia apesar da crise latente entre Londres e Moscou, assegurou o embaixador russo em Londres, Alexander Yakovenko, em uma tentativa de acalmar os ânimos.
Enquanto isso, em Moscou, o presidente Vladimir Putin reuniu nesta quinta o seu conselho de Segurança e abordou "a política pouco amistosa e provocadora do Reino Unido com a Rússia", segundo um comunicado do Kremlin.
A Rússia, que já é alvo de sanções econômicas por seu envolvimento no conflito na Ucrânia, nega estar envolvida no envenenamento e chegou a insinuar que o ataque foi uma "encenação" das autoridades britânicas.
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