Para caminhoneiros, 'essa guerra é de todo o povo brasileiro'
Duque de Caxias, Brasil, 28 Mai 2018 (AFP) - Cerca de 200 caminhoneiros e vizinhos, muitos com bandeiras do Brasil ou com o rosto pintado de verde e amarelo, bloqueavam nesta segunda-feira (28) a refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, decididos a ganhar uma "guerra" que há oito dias paralisa o país.
Parados em frente a um grupo de militares que vigia o local, nada mudou para eles com as concessões anunciadas no domingo pelo presidente Michel Temer para atender às suas reivindicações.
"A proposta do Temer (de baixar o preço do diesel) é temporária e o povo não quer algo temporário, quer algo permanente. O povo já sofre, né? Então sofrer um pouquinho mais vai valer a pena", diz Carlos Alberto Neves, caminhoneiro e ex-militar de 43 anos.
Mas a sensação é a de que o combate, para muitos, mudou de terreno, diante de um governo que foi subjugado pelo movimento.
- "Intervenção militar!" -"Esta guerra não é só dos caminhoneiros, é do povo brasileiro!", gritam alguns manifestantes, pedindo melhorias na saúde, na segurança e na educação, mas também a favor de uma intervenção militar para acabar com um sistema político que consideram corroído pela corrupção e pela incompetência.
Muitos declaram simpatizar com o deputado Jair Bolsonaro, defensor da prática da tortura durante a ditadura militar (1964-1985) e segundo nas pesquisas de intenção de voto para as presidenciais de outubro. E utilizam seu lema, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Ainda que sua primeira opção seja uma intervenção direta das Forças Armadas.
Para Tango Roxa, um vendedor de eletrodomésticos de 45 anos, com o rosto e a barba pintados de verde e amarelo, "esta luta não é por descontos do diesel, é porque queremos um país melhor para nossos filhos e netos".
"Cansamos deste governo corrupto. Começou com os caminhoneiros, mas o povo acordou. Se mais pessoas vierem pra rua, este governo com certeza vai cair", declarou, apoiando o retorno dos militares.
O ministro da Secretaria da Presidência, Carlos Marun, afirmou nesta segunda que a manutenção dos bloqueios era o reflexo de "um movimento de radicalização anárquica".
E o chefe de gabinete, Eliseu Padilha, denunciou a presença de pessoas que "se infiltraram no movimento com objetivos diferenciados, essencialmente políticos".
- Organização horizontal -A dinâmica dos bloqueios, realizados principalmente por caminhoneiros autônomos, parece escapar a qualquer organização vertical.
"Nós fazemos reunião com o povo em cada movimento para saber o que é melhor (...) Pelas redes sociais, telefone, WhatsApp. Ninguém manda. Somos um só, como se fossemos uma família", sustenta o ex-militar.
Danilo Paes, um desempregado de 60 anos e pai de dois filhos, quis se juntar ao protesto, desesperado pelas dificuldades encontradas pela família e apesar de sofrer na própria carne com o desabastecimento de comida.
"Este é um remédio amargo, mas precisamos deste sacrifício para as coisas mudarem. O gigante está acordando", afirma.
Até mesmo os motoristas de caminhões-tanque terceirizados pela Petrobras se solidarizam com os protestos, apesar de estarem há quase oito dias sem trabalhar.
"Isto é melhor do que a Copa do Mundo. O brasileiro perdeu um pouco do patriotismo, já nem pinta as ruas ou coloca bandeiras... Mas a vibração está voltando com este movimento", afirma um desses motoristas, de 39 anos, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.
Parados em frente a um grupo de militares que vigia o local, nada mudou para eles com as concessões anunciadas no domingo pelo presidente Michel Temer para atender às suas reivindicações.
"A proposta do Temer (de baixar o preço do diesel) é temporária e o povo não quer algo temporário, quer algo permanente. O povo já sofre, né? Então sofrer um pouquinho mais vai valer a pena", diz Carlos Alberto Neves, caminhoneiro e ex-militar de 43 anos.
Mas a sensação é a de que o combate, para muitos, mudou de terreno, diante de um governo que foi subjugado pelo movimento.
- "Intervenção militar!" -"Esta guerra não é só dos caminhoneiros, é do povo brasileiro!", gritam alguns manifestantes, pedindo melhorias na saúde, na segurança e na educação, mas também a favor de uma intervenção militar para acabar com um sistema político que consideram corroído pela corrupção e pela incompetência.
Muitos declaram simpatizar com o deputado Jair Bolsonaro, defensor da prática da tortura durante a ditadura militar (1964-1985) e segundo nas pesquisas de intenção de voto para as presidenciais de outubro. E utilizam seu lema, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Ainda que sua primeira opção seja uma intervenção direta das Forças Armadas.
Para Tango Roxa, um vendedor de eletrodomésticos de 45 anos, com o rosto e a barba pintados de verde e amarelo, "esta luta não é por descontos do diesel, é porque queremos um país melhor para nossos filhos e netos".
"Cansamos deste governo corrupto. Começou com os caminhoneiros, mas o povo acordou. Se mais pessoas vierem pra rua, este governo com certeza vai cair", declarou, apoiando o retorno dos militares.
O ministro da Secretaria da Presidência, Carlos Marun, afirmou nesta segunda que a manutenção dos bloqueios era o reflexo de "um movimento de radicalização anárquica".
E o chefe de gabinete, Eliseu Padilha, denunciou a presença de pessoas que "se infiltraram no movimento com objetivos diferenciados, essencialmente políticos".
- Organização horizontal -A dinâmica dos bloqueios, realizados principalmente por caminhoneiros autônomos, parece escapar a qualquer organização vertical.
"Nós fazemos reunião com o povo em cada movimento para saber o que é melhor (...) Pelas redes sociais, telefone, WhatsApp. Ninguém manda. Somos um só, como se fossemos uma família", sustenta o ex-militar.
Danilo Paes, um desempregado de 60 anos e pai de dois filhos, quis se juntar ao protesto, desesperado pelas dificuldades encontradas pela família e apesar de sofrer na própria carne com o desabastecimento de comida.
"Este é um remédio amargo, mas precisamos deste sacrifício para as coisas mudarem. O gigante está acordando", afirma.
Até mesmo os motoristas de caminhões-tanque terceirizados pela Petrobras se solidarizam com os protestos, apesar de estarem há quase oito dias sem trabalhar.
"Isto é melhor do que a Copa do Mundo. O brasileiro perdeu um pouco do patriotismo, já nem pinta as ruas ou coloca bandeiras... Mas a vibração está voltando com este movimento", afirma um desses motoristas, de 39 anos, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.
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