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Aliança do Pacífico e Mercosul se aproximam em meio a tensões comerciais

24/07/2018 22h16

Puerto Vallarta, México, 25 Jul 2018 (AFP) - A Aliança do Pacífico, formada por México, Peru, Chile e Colômbia, decidiu nesta terça-feira (24) buscar uma maior integração econômica e comercial com o Mercosul, em um contexto de tensão comercial no resto do mundo.

"Decidimos explorar novos caminhos de cooperação para incrementar nossa relação econômica e comercial em áreas de interesse comum", disse o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, durante a apresentação de uma declaração conjunta entre ambos os blocos.

O acordo com o Mercosul - Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai - aconteceu na cúpula da Aliança, realizada no balneário mexicano de Puerto Vallarta.

Peña Nieto destacou que também a aprovação de um plano de ação "para facilitar o comércio de bens, a internacionalização das pequenas e médias empresas, fomentar a economia do conhecimento e gerar mais benefícios para as pessoas em matéria de gênero, mobilidade acadêmica, turismo, cultura e mobilidade de pessoas".

O mexicano esteve acompanhado dos presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos; do Chile, Sebastián Piñera; e do Peru, Martín Vizcarra.

Do Mercosul, estiveram presentes Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai e Michel Temer. O vice-chanceler do Paraguai, Federico González e Daniel Raimondi, secretário das Relações Exteriores da Argentina também compareceram.

"Nos encontramos aqui para reafirmar nossa vontade de aprofundar os vínculos comerciais, os investimentos e a cooperação entre esses dois projetos", disse Vázquez, que está com a presidência rotativa do Mercosul.

Os dois blocos começaram a buscar uma maior cooperação desde 2017, em meio às crescentes posturas protecionistas no mundo, em particular nos Estados Unidos, o maior parceiro comercial do México.

O Mercosul visa, por sua vez, a uma maior abertura comercial. Além do pacto com a Aliança do Pacífico, pretende também fechar um acordo de livre-comércio com a União Europeia, um processo de negociação que poderá ser concluído em setembro.

Vázquez advertiu que os processos de integração entre os dois blocos não são "varinhas mágicas para solucionar problemas", e sim "instrumentos idôneos para garantir objetivos estratégicos".

Na entrevista coletiva ao final da reunião, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, manifestou sua confiança de que em breve os dois grupos formarão uma zona de livre comércio.

"Passamos de um mapa que basicamente fixava intenções para um plano de ação, que tem metas, prazos e objetivos claros e precisos", e esperamos "chegar em breve a uma grande zona de livre comércio na América Latina".

Piñera acrescentou que mais adiante se buscará uma maior integração da Aliança do Pacífico que implique em "acelerar o processo de redução de tarifas e eliminação de barreiras 'paratarifárias'".

O México busca uma diversificação comercial maior, diante das duras posturas protecionistas dos Estados Unidos, com quem revisa atualmente o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), do qual também faz parte o Canadá.

Na quinta-feira, uma delegação mexicana, que contará com membros do governo eleito no começo do mês, se reunirá em Washington com autoridades americanas para discutir o Nafta.

O interesse por uma maior aproximação entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul responde às tensões comerciais no mundo que ameaçam afetar o crescimento econômico, segundo advertiu o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O governo de Donald Trump aplicou tarifas alfandegárias ao aço de México, Canadá e União Europeia, assim como a vários produtos chineses, o que gerou uma reação de seus parceiros e o risco de uma guerra comercial.

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