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Nem uma taça de vinho por dia, aponta estudo

23/08/2018 20h22

Paris, 23 Ago 2018 (AFP) - Beber, mesmo que seja apenas uma taça de vinho ou um copo de cerveja por dia, é um risco para a saúde, segundo um amplo estudo sobre a frequência e o impacto do consumo de álcool, responsável por três milhões de mortes por ano no mundo.

Uma em cada três pessoas que consomem álcool morre por ano em decorrência de problemas de saúde relacionados à bebida. Destes, 2,2% são mulheres e 6,8%, homens, segundo um estudo que advoga pelo "zero álcool".

O mundo conta com 2,4 bilhões de bebedores, 63% deles homens.

O estudo, publicado na sexta-feira pela revista médica The Lancet, avalia os níveis de consumo de álcool e seus efeitos na saúde em 195 países entre 1990 e 2016. O álcool causou 2,8 milhões de mortes em 2016, assinala a pesquisa.

Em 2016, o consumo de álcool era o sétimo fator de risco de morte prematura e de invalidez no mundo, e a principal causa de morte entre as pessoas com entre 15 e 49 anos (acidentes em estrada, suicídios, tuberculose).

As bebidas alcoólicas estão relacionadas com uma em cada 10 mortes desta faixa etária.

A partir dos 50 anos, o câncer representa a principal causa de mortes associadas ao álcool.

Beber um copo por dia durante um ano aumenta em 0,5% - entre as pessoas de 15 a 95 anos - o risco de sofrer um dos 23 problemas relacionados com o álcool: câncer, doenças cardiovasculares, AVC (acidente vascular cerebral), cirrose, acidentes, violência, consideram os autores.

Isto significa que a taxa de mortalidade no mundo aumenta em 100.000 casos por ano por um copo por dia, detalha a médica Emmanuela Gakidou, do Instituto de Metrologia e Avaliação da Saúde (IHME, Universidade de Washington), coautora do estudo.

"Os riscos para a saúde associados ao álcool são enormes", assegura.

Segundo Gakidou, esses resultados reforçam outras pesquisas recentes, que destacaram "correlações claras e convincentes entre o consumo de álcool e a morte prematura, o câncer e os problemas cardiovasculares".

"O mito de que um ou dois copos por dia é bom é apenas um mito", aponta.

Apenas o "álcool zero" minimiza o risco global de doenças, ressalta.