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Secretário americano diz que Riad prometeu investigação "completa" do assassinato de Khashoggi

Jornalista foi assassinado em consulado em Istambul - Foto: Reprodução
Jornalista foi assassinado em consulado em Istambul Imagem: Foto: Reprodução

28/10/2018 13h17

Praga, 28 Out 2018 (AFP) - A Arábia Saudita prometeu uma investigação "completa" sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, afirmou neste domingo (29) o secretário americano de Defesa, Jim Mattis, um dia após uma conversa com o chefe da diplomacia saudita, Adel al  Jubeir, no Bahrein.

"Nós discutimos sobre a necessidade de transparência e de uma investigação completa", disse Mattis, que já havia advertido o reino saudita que o assassinato atribuído a autoridades do regime poderia desestabilizar a região.

"Sem reservas [...] Ele disse que precisamos saber o que aconteceu e se mostrou muito colaborador", completou o chefe do Pentágono, que falou com a imprensa no avião que o transportava de Manama a Praga, onde participará nas cerimônias do centenário de Tchecoslováquia.

Jamal Khashoggi, jornalista saudita crítico do príncipe herdeiro de seu país, Mohamed bin Salman, morava nos Estados Unidos desde 2017 e era colaborador do jornal "The Washington Post". De acordo com o governo turco, ele foi assassinado no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro por agentes procedentes de Riad. Tinha 59 anos.

As autoridades sauditas, depois de negar a morte e diante da pressão internacional, terminaram por admitir que Kashooggi foi assassinado no consulado durante uma operação "não autorizada".

No sábado, Mattis alertou a Arábia Saudita, durante uma conferência sobre segurança regional no Bahrein, que o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi "deve preocupar a todos", já que afeta a segurança na região.

Adel al  Jubeir rebateu a crítica e denunciou "a histeria na mídia quando a investigação ainda não terminou" e rejeitou o pedido de extradição da Turquia para os agentes detidos.

O crime, que abalou a imagem do príncipe herdeiro, provocou indignação internacional e afetou as relações de Washington com o reino, no qual o governo dos Estados Unidos se apoia para conter a influência do Irã na região.