Após massacre de Pittsburgh, Trump culpa mídia de gerar 'ira' nos EUA
Pittsburgh, Estados Unidos, 29 Out 2018 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culpou nesta segunda-feira (29) os meios de comunicação por provocar "ira" na sociedade antes das cruciais eleições legislativas, enquanto o país chora os 11 mortos em uma sinagoga, no pior ataque antissemita em sua história recente.
O homem acusado pelo massacre no sábado em Pittsburgh, Robert Bowers, de 46 anos, compareceu nesta segunda-feira (29) à Justiça, levado em uma cadeira de rodas.
Bowers fez poucos comentários durante a audiência, respondendo "sim" e "sim, senhor" a perguntas de procedimento de um juiz federal.
O homem foi detido no sábado depois de ser ferido pela polícia em uma troca de tiros e tem 29 acusações, algumas puníveis com pena de morte.
Horas antes, Trump atacou jornalistas críticos de seu governo e os responsabilizou de provocar extremismo antes das eleições de meio de mandato, em 6 de novembro.
"Existe uma grande ira em nosso país causada, em parte, pela informação inexata, inclusive fraudulenta, relatada nas notícias", tuitou Trump, chamando "os meios de comunicação de 'fake news', os verdadeiros inimigos do povo" a "parar a aberta e óbvia hostilidade".
"Isso fará muito para apagar a chama da ira e indignação em nosso país e para que possamos ser capazes de unir todas as partes em paz e harmonia. As 'fake news' têm que acabar!", acrescentou.
O anúncio de Trump de que irá visitar Pittsburgh gerou polêmica em meio a um intenso debate sobre se a retórica cotidiana do presidente americano alimenta um clima político cada vez mais perigoso.
À tarde, a Casa Branca confirmou a sua visita: "Amanhã (terça-feira), o presidente e a primeira-dama (Melania Trump) viajarão à Pensilvânia para expressar o apoio do presidente americano e acompanhar a comunidade de Pittsburgh em seu luto", declarou a porta-voz Sarah Sanders em entrevista coletiva.
- Bem-vindo ou não? -"O presidente dos Estados Unidos é sempre bem-vindo", assinalou à CNN Jeffrey Myers, um rabino da sinagoga "Árvore da Vida" presente durante o ataque.
Mas também na CNN, a ex-titular dessa sinagoga, Lynette Lederman, disse a Trump nesta segunda que se mantivesse longe, chamando-o de "provedor de discursos de ódio".
Em uma carta aberta no domingo, um grupo de líderes judeus de Pittsburgh responsabilizou Trump por estimular os sentimentos nacionalistas brancos que geraram o ataque, e disseram que até que o denuncie, não será bem-vindo.
Várias pessoas desafiaram o frio para colocar velas e flores em frente à sinagoga nesta segunda.
Onze estrelas de madeira, cada uma com o nome de um dos mortos, foram colocadas no local junto com um coração e o texto de um salmo: "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito".
"Que não venha se for nos dividir mais", assinalou uma moradora da área, Arlene Wolk, sobre a visita de Trump. "Isso não é um evento político".
Adam, outro morador que preferiu não dar o seu sobrenome, declarou que o ocorrido não deveria ser politizado: "Não acho que este cara (Bowers) tenha feito o fez por culpa do presidente. Acho que estão lhe dando crédito demais e que há muito partidarismo nisso", opinou.
- Outro pacote para CNN -Segundo relatos da polícia, Bowers disse que odiava os judeus porque estavam "cometendo genocídio de sua gente".
As publicações nas redes sociais atribuídas a ele indicam o seu rechaço a imigrantes e muçulmanos.
Bowers também se referiu supostamente aos milhares de migrantes da América Central que avançam em caravana para o norte em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos.
Trump fez desta caravana um assunto-chave nos seus comícios eleitorais, onde costuma acusar os opositores do Partido Democrata de quererem deixar entrar no país "estupradores" e criminosos "atrozes".
Os críticos do presidente também consideram que seus discursos incentivaram um morador da Flórida, César Sayoc, preso na semana passada, de enviar bombas caseiras para mais de uma dúzia de políticos de alto escalão e outros opositores do presidente.
Sayoc, também conhecido como César Altieri, de 56 anos, compareceu a um tribunal da Flórida nesta segunda.
Um novo pacote suspeito endereçado à CNN foi interceptado nesta segunda-feira em uma estação de correios de Atlanta, que poderia ser 15º envelope com explosivos enviados desde a semana passada, e o terceiro para a CNN.
Diante das acusações de que Trump alimenta a polarização no país, a assessora da Casa Branca Kellyanne Conway o defendeu na emissora televisiva Fox: "Este presidente está nos pedindo para superar isso e nos unirmos, para que possamos nos unir como uma nação", disse. "Quem diz que ele não está fazendo isso, não está escutando".
Nesta segunda-feira, diante da imprensa, Sanders culpou a mídia. "A primeira coisa que a mídia está fazendo é culpar o presidente. Vocês têm uma grande responsabilidade na divisão deste país quando 90% da cobertura de tudo sobre este presidente é negativo, mesmo que o país esteja indo muito bem".
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O homem acusado pelo massacre no sábado em Pittsburgh, Robert Bowers, de 46 anos, compareceu nesta segunda-feira (29) à Justiça, levado em uma cadeira de rodas.
Bowers fez poucos comentários durante a audiência, respondendo "sim" e "sim, senhor" a perguntas de procedimento de um juiz federal.
O homem foi detido no sábado depois de ser ferido pela polícia em uma troca de tiros e tem 29 acusações, algumas puníveis com pena de morte.
Horas antes, Trump atacou jornalistas críticos de seu governo e os responsabilizou de provocar extremismo antes das eleições de meio de mandato, em 6 de novembro.
"Existe uma grande ira em nosso país causada, em parte, pela informação inexata, inclusive fraudulenta, relatada nas notícias", tuitou Trump, chamando "os meios de comunicação de 'fake news', os verdadeiros inimigos do povo" a "parar a aberta e óbvia hostilidade".
"Isso fará muito para apagar a chama da ira e indignação em nosso país e para que possamos ser capazes de unir todas as partes em paz e harmonia. As 'fake news' têm que acabar!", acrescentou.
O anúncio de Trump de que irá visitar Pittsburgh gerou polêmica em meio a um intenso debate sobre se a retórica cotidiana do presidente americano alimenta um clima político cada vez mais perigoso.
À tarde, a Casa Branca confirmou a sua visita: "Amanhã (terça-feira), o presidente e a primeira-dama (Melania Trump) viajarão à Pensilvânia para expressar o apoio do presidente americano e acompanhar a comunidade de Pittsburgh em seu luto", declarou a porta-voz Sarah Sanders em entrevista coletiva.
- Bem-vindo ou não? -"O presidente dos Estados Unidos é sempre bem-vindo", assinalou à CNN Jeffrey Myers, um rabino da sinagoga "Árvore da Vida" presente durante o ataque.
Mas também na CNN, a ex-titular dessa sinagoga, Lynette Lederman, disse a Trump nesta segunda que se mantivesse longe, chamando-o de "provedor de discursos de ódio".
Em uma carta aberta no domingo, um grupo de líderes judeus de Pittsburgh responsabilizou Trump por estimular os sentimentos nacionalistas brancos que geraram o ataque, e disseram que até que o denuncie, não será bem-vindo.
Várias pessoas desafiaram o frio para colocar velas e flores em frente à sinagoga nesta segunda.
Onze estrelas de madeira, cada uma com o nome de um dos mortos, foram colocadas no local junto com um coração e o texto de um salmo: "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito".
"Que não venha se for nos dividir mais", assinalou uma moradora da área, Arlene Wolk, sobre a visita de Trump. "Isso não é um evento político".
Adam, outro morador que preferiu não dar o seu sobrenome, declarou que o ocorrido não deveria ser politizado: "Não acho que este cara (Bowers) tenha feito o fez por culpa do presidente. Acho que estão lhe dando crédito demais e que há muito partidarismo nisso", opinou.
- Outro pacote para CNN -Segundo relatos da polícia, Bowers disse que odiava os judeus porque estavam "cometendo genocídio de sua gente".
As publicações nas redes sociais atribuídas a ele indicam o seu rechaço a imigrantes e muçulmanos.
Bowers também se referiu supostamente aos milhares de migrantes da América Central que avançam em caravana para o norte em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos.
Trump fez desta caravana um assunto-chave nos seus comícios eleitorais, onde costuma acusar os opositores do Partido Democrata de quererem deixar entrar no país "estupradores" e criminosos "atrozes".
Os críticos do presidente também consideram que seus discursos incentivaram um morador da Flórida, César Sayoc, preso na semana passada, de enviar bombas caseiras para mais de uma dúzia de políticos de alto escalão e outros opositores do presidente.
Sayoc, também conhecido como César Altieri, de 56 anos, compareceu a um tribunal da Flórida nesta segunda.
Um novo pacote suspeito endereçado à CNN foi interceptado nesta segunda-feira em uma estação de correios de Atlanta, que poderia ser 15º envelope com explosivos enviados desde a semana passada, e o terceiro para a CNN.
Diante das acusações de que Trump alimenta a polarização no país, a assessora da Casa Branca Kellyanne Conway o defendeu na emissora televisiva Fox: "Este presidente está nos pedindo para superar isso e nos unirmos, para que possamos nos unir como uma nação", disse. "Quem diz que ele não está fazendo isso, não está escutando".
Nesta segunda-feira, diante da imprensa, Sanders culpou a mídia. "A primeira coisa que a mídia está fazendo é culpar o presidente. Vocês têm uma grande responsabilidade na divisão deste país quando 90% da cobertura de tudo sobre este presidente é negativo, mesmo que o país esteja indo muito bem".
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