Topo

Reino Unido eleva previsão de crescimento em 2019, ano do Brexit, a 1,6%

29/10/2018 17h52

Londres, 29 Out 2018 (AFP) - O Reino Unido ampliou nesta segunda-feira (29) sua previsão de crescimento para 2019, ano do Brexit, em orçamentos que preveem um aumento dos gastos públicos, após uma década de austeridade.

O ministro britânico de Finanças, Philip Hammond, anunciou que para 2019, quando o Reino Unido deve sair da UE, o crescimento será de 1,6%, contra 1,3% previsto anteriormente. O PIB poderia passar de 1,4% para 1,5% por ano entre 2020 e 2022.

"O período de austeridade está acabando, mas a disciplina terá que ser mantida", alertou Hammond, no plenário da Câmara dos Comuns, acompanhado atentamente pelos deputados e pela própria chefe do governo, Theresa May, que prometeu recentemente gastos sociais mais generosos.

Oito anos depois que os conservadores lançaram uma política de austeridade ao retornar ao poder, Hammond fez algumas concessões e congelou a maior parte dos impostos.

Entre outras medidas, ele prometeu alocar 20,5 bilhões de libras por ano até 2024 para financiar o serviço público de saúde NHS, reduzir 900 milhões de libras ao ano em impostos para pequenas empresas ou 420 milhões por ano para pagar obras de reparação nas estradas.

O ministro destacou o crescimento "forte", um pouco melhor do que o esperado, apesar de uma desaceleração há dois anos e da incerteza em torno do Brexit.

- Impostos a gigantes digitais -No entanto, Hammond também sugeriu que o fim do túnel para os contribuintes dependia de um Brexit negociado entre Londres e Bruxelas. Só neste caso o país se beneficiaria do "dividendo do acordo", isto é, redução de impostos graças ao impulso do crescimento.

O ministro das Finanças também revelou o aumento dos fundos destinados à preparação do Brexit, até 4,2 bilhões de libras, para tentar limitar o impacto econômico negativo da saída, esperada para o final de março.

As previsões oficiais do instituto público OBR preveem um período de transição de dois anos após o Brexit que permitiria "adiar a quieda das trocas comerciais" prevista com a saída. Sem o acordo, a ausência dessa transição tornaria o golpe muito mais dura, e tudo teria que ser recalculado.

Os orçamentos do ministro também incluem algumas medidas simbólicas, como o bloqueio dos impostos sobre a cerveja ou o uísque e a criação de um novo imposto para os gigantes digitais a partir de 2020.

As contas apresentadas por Hammond ainda têm que passar por várias etapas no Parlamento: uma votação na quinta-feira e a adoção de uma lei de finanças nas próximas semanas.