Ataque a bomba perto das pirâmides do Egito deixa quatro mortos
Cairo, 28 dez 2018 (AFP) - Três turistas vietnamitas e seu guia morreram nesta sexta-feira (28), quando uma bomba colocada do lado da estrada explodiu na passagem do ônibus em que viajavam nas proximidades das pirâmides de Gizé, na periferia do Cairo, segundo novo balanço da Procuradoria-geral egípcia, divulgado às 21h GMT (19h de Brasília).
Este primeiro ataque contra turistas no Egito desde julho de 2017 "provocou a morte de três turistas (vietnamitas) e do guia turístico de nacionalidade egípcia", informou a fonte em um comunicado.
Outras doze pessoas ficaram feridas, acrescentou.
Mais cedo, um outro comunicado oficial havia informado que 14 turistas vietnamitas viajavam no ônibus quando um artefato caseiro explodiu às 18H15 locais (14H45 de Brasília) e que tanto o motorista quanto o guia do ônibus, ambos egípcios, haviam ficado feridos.
O guia não resistiu aos ferimentos e morreu, informou o premiê egípcio, Mustafá Madbuli, em visita ao hospital onde estão os feridos, reportou a TV local.
O explosivo improvisado estava sobre um muro na rua Mariyutiya, no distrito de Haram, perto das pirâmides do Egito, informou o comunicado.
Serviços de segurança se deslocaram imediatamente para a área e abriram uma investigação sobre o ataque, informou o ministério, sem dar maiores detalhes.
O Egito tem sido alvo de vários ataques de grupos jihadistas, principalmente contra forças de segurança e a minoria cristã copta (10% da população).
A segurança foi reforçada nos locais turísticos egípcios como resultado destes ataques.
Em 31 de outubro de 2015, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou um atentado no qual morreram os 224 ocupantes de uma aeronave russa, que transportava turistas após decolar do balneário de Sharm el Sheikh, no sul do Sinai egípcio.
O ataque foi um duro golpe para o turismo no Egito, um setor-chave para a economia do país, já muito afetada pela instabilidade política, após o levante popular de 2011 que resultou na queda do até então todo-poderoso presidente Hosni Mubarak.
O Egito viveu um ressurgimento do turismo nos últimos meses, com 8,2 milhões de visitantes em 2017, segundo cifras oficiais. Mas o país ainda está longe dos 14,7 milhões de turistas que recebeu em 2010.
As forças de segurança isolaram a área em torno do ônibus branco, que tinha os vidros estilhaçados e parte da carroceria destruída.
"Um artefato artesanal explodiu quando o ônibus que transportava 14 turistas vietnamitas passava", informou o ministério do Interior.
O primeiro-ministro egípcio, Mustafa Madbouli, foi ao hospital Al-Haram para ver os feridos.
Acompanhado dos ministros da Saúde e Turismo, Madbouli chamou o ataque de "incidente lamentável".
"Não há um só país onde não ocorram ataques", declarou Madbouli sobre as eventuais repercussões do atentado sobre o turismo, setor-chave da economia no Egito.
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